PORQUE HOJE É SÁBADO
A partir das 21h30, Quem Vê Corações, de Isabel Leal, é apresentado no espaço Quadras Soltas – Rua Miguel Bombarda, Porto. A sessão conta com a presença da autora e as participações de Ana Afonso, Eduardo Leal, Fred Martins, Renato Filipe Cardoso, Rui David e Rui Spranger, entre outros.
Quem Vê Corações é a Isabel Leal. Em perfeita comunhão com os que a amam e com o mundo!
A Isabel concluiu o curso do Magistério Primário do Porto há cerca de trinta anos; é professora e trabalha atualmente na cadeia de Custoias. Dedicou parte da sua carreira à educação e à animação de adultos, área em que se pós-graduou. Desenvolveu uma carreira musical, em vários grupos, nomeadamente de influência celta.
Na introdução, a autora explica como o projeto nasceu da encruzilhada de fotografias, músicas e palavras que explicitam mágoas e alegrias e da disposição para acreditar na aptidão humana para “realizar o bem e o belo”. Destaca a cantora galega Uxía no desenvolvimento de cumplicidades e intimidades entre Portugal e a Galiza, e a agregação valiosa de inúmeros músicos no espetáculo CoraSons – que viria a dar origem a um CD (Kalandraka) com 19 canções sobre o tema do coração, bem como um documentário sobre o projeto, intimamente ligado às fotografias do livro. Nomeia artistas portugueses, galegos, angolanos, brasileiros e outros. Refere viagens pelo mundo, proporcionadoras de fotografias, corações que os olhos veem, do Gerês a Valência, da Islândia a Aldoar. Ergue a família, a mãe “bordando corações no linho puído”, irmãos, sobrinhos e, no fim do texto, a ausente presença constante do pai, na Kodak que em 1974 lhe deu.
Quem Vê Corações (Edições Afrontamento) nasceu também de trocas no palco digital do Facebook: lembra os amigos, reais, presentes, mais ou menos virtuais (os filhos do coração, que tanto a adoram), as coisas simples e as grandes causas. Prefaciado por Sérgio Godinho, o livro é essencialmente a enorme capacidade que Isabel Leal tem de se transformar em milhares de corações. De fazer emergir corações (que nunca ninguém tinha visto e estavam mesmo ali) em fotografias belíssimas. De as conjugar com textos que vai escrevendo, ou dialogando, ou suscitando que os outros escrevam.
Rafael Tormenta/PÁGINA
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