O regresso às aulas acontece até 15 de setembro e, à semelhança de outros anos, milhares de alunos dão início ao ano letivo sem terem pelo menos um professor. Este ano, estão previstas várias centenas de aposentações – só em setembro reformaram-se cerca de 400 docentes – e os professores mantêm-se nas ruas com ações de contestação e de defesa da escola pública e da valorização da carreira docente.
Vários sindicatos (ASPL, Fenprof, FNE, Pró-Ordem, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU) assinalaram a 11 de setembro a abertura do ano letivo com a colocação de pendões e cartazes nas escolas e sedes de agrupamentos de escolas de todo o país.
Dirigidas às comunidades educativas locais, as mensagens alertam para a necessidade de mobilização em defesa da escola pública, bem como apelam à compreensão do problema da falta de professores, “que é consequência de políticas de desvalorização da profissão docente”, explica a Fenprof.
“Complexificação dos processos de trabalho, com uma enorme burocratização do trabalho docente, falta de condições de trabalho, degradação de edifícios e dos equipamentos, insuficiente investimento na sua modernização, manutenção de uma elevada precariedade laboral, baixos salários e baixas perspetivas de valorização das pensões de aposentação, destruição da carreira, incluindo, bloqueamento no acesso aos escalões de topo, elevado desgaste físico e psíquico, inexistência de um regime de gestão promotor da participação dos professores nos níveis de decisão e uma crescente dependência de ‘vontades’ conjunturais das autarquias, entre outros aspetos, somam razões para que o número de jovens que querem ingressar na profissão docente seja muito reduzido, o que é uma ameaça para o futuro que tem de ser encarada com seriedade. Este é, hoje, sem dúvida, um dos grandes problemas que afetam todo o sistema educativo”, escreve a Fenprof.
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