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O auditório do Sindicato dos Professores do Norte, no Porto, encheu para a apresentação de «El Animal Eólico del Cuerpo», de Nuno Higino, e de «Entraña Extraña», de Paulo Borges. As duas obras foram traduzidas para castelhano por Julia Alonso Diéguez e publicadas no mercado espanhol pela Editorial Amargord, que assim lançou a sua coleção de poesia contemporânea, intitulada Laberinto de Saudade em homenagem a Fernando Pessoa.
Foi através das universidades do Porto e de Lisboa que a tradutora e diretora da coleção, descobriu autores de “muitíssimo valor”. “Se há poetas, é neste país”, referiu à PÁGINA, sublinhando que o mais complicado foi escolher.
 “Para mim, estes dois livros foram uma surpresa muito grata. Hoje os aforismos estão muito na moda, mas os aforismos de Paulo Borges são muito diferentes de todos os que eu pude ler. Mais, os aforismos sempre implantam verdades, mas os de Paulo Borges introduzem interrogações. É um livro que denuncia, que vai contra o sistema. Não busca verdades, é provocador. A poesia de Nuno Higino é estranhamente ligada à terra. É uma matéria que se sente, que abre portas a universos paralelos, como se estivéssemos em Avatar, no País das Maravilhas ou Matrix. São universos paralelos, que nascem de uma visão, da intuição que tem o Homem para ver o divino em cada coisa; mas o divino ausente, não o pai bom que trata de nós”, considera Julia Diéguez.
 “MÁRIO” Na sessão realizada no SPN, o escritor Mário Cláudio apresentou «El Animal Eólico del Cuerpo», lançado em 2008. “É um livro eólico, ligado ao ar, que propõe a cada um de nós o que pode ser um voo redentor”, resumiu o escritor. Julia Diéguez, por seu lado, apresentou o livro de Paulo Borges, “um apóstolo do infinito”. No final, a tradutora frisou que “o Português é a língua mais bela do mundo para fazer poesia”.
Maria João Leite + Henrique Borges (fotos)
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