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Revista de Imprensa Internacional: destaques do “The Guardian” de 18 a 23 de Novembro

Levar as crianças para o trabalho no dia de greve  (23 Nov)

 David Cameron, primeiro-ministro britânico classificou a greve como um acto de “irresponsabilidade” e sugeriu que as empresas permitissem aos pais levar os seus filhos para o trabalho no dia em que milhões de trabalhadores do sector público fazem greve.

A greve marcada para dia 30 de Novembro é motivada pelas alterações impostas nas reformas da função pública. O encerramento das escolas será um dos resultados da paralização, que conta com a participação dos principais sindicatos da educação.

Ao Governo, David Cameron classificou a acção que levará à mobilização de milhões de professores e outros trabalhadores ligados ao sector público de “tragédia”, numa altura em que estão na mesa de negociação propostas sobre as pensões “extremamente razoáveis”.

Em resposta, Michael Dugher, o ministro sombra do partido da oposição comentou: “A preocupação de todos agora deve ser a de evitar a perturbação que será causada para milhões de famílias que dependem de serviços públicos se estas greves forem em frente”.

“O governo deve aceitar grande parte da responsabilidade pelo que está a acontecer porque efectivamente impôs um imposto de 3% sobre os trabalhadores do sector público e depois recusou-se a negociar sobre esta matéria. Esta sobretaxa vai directa para o Tesouro e não tem nada a ver com a sustentabilidade das pensões do sector público.

Os funcionários públicos têm apoiado as convocatórias para greve por causa dos planos governamentais de dar um aumento salarial de 1,8% e elevar a semana de trabalho para as 40 horas.

Escolas recebem nota “satisfaz” segundo relatório anual do Ofsted (22 Nov)

 Cerca de 800 escolas inspecionadas este ano são “presas” à nota “satisfaz”, sem conseguir melhor classificação no que toca ao ensino ministrado aos seus alunos, revela o relatório anual do Ofsted (Office for Standards in Education), um órgão de inspecção da qualidade na educação, independente e não-governamental que reporta directamente ao Parlamento britânico.

Esta espécie de “observatório” da educação revela que 14% das escolas já tinham obtido classificações satisfatórias duas vezes seguidas. Os resultados mostram que o ensino em mais de 40% das escolas não é melhor do que satisfatório e constituem uma “preocupação séria”, segundo o Ofsted. Em alguns casos, as escolas confiaram demasiado num número pequeno de manuais didáticos, aponta o relatório.

De modo geral o “observatório” concluiu que 11% das escolas na Inglaterra foram classificadas com Excelente, 46% obtiveram nota Bom, 38% Satisfaz e 6% Inadequado. Mais especificamente, o comportamento dos alunos é Bom ou Excelente em 87% das escolas inspecionadas, diz o Ofsted.

O relatório do Ofsted também estabeleceu uma ligação persistente entre bairros pobres e escolas com classificação de Inadequado, mas descobriu que Londres contraria esta tendência. A probabilidade de uma escola que sirva crianças mais necessitadas ser classificada como inadequada pelos inspectores é quatro vezes maior do numa frequentada por crianças provenientes de meios mais ricos, aponta o Ofsted.

No próximo ano, um regime de inspeções mais severo pode tornar mais difícil às escolas atingir a excelência em matéria de ensino.

Será que os alunos percebem mais de tecnologia do que os professores? (22Nov)

 O “The Guardinan” pediu a opinião a especialistas.

Rob Appelby, professor de Arte na Escola Secundária de Herne Bay, Kent

 

Não é necessariamente que os professores saibam menos sobre tecnologias – apenas não sabem como as ensinar. O currículo parece estar sempre ultrapassado. Os meus alunos não querem aprender a fazer planos no Excel ou apresentações em PowerPoint - eles querem algo muito mais eclético que realmente vá ao encontro dos seus interesses individuais.

Karen Davies, director de recursos de aprendizagem, no Museu de Ciência

As crianças são muito experimentais e gostam de ultrapassar os limites, mas os adultos tendem a ser mais cautelosos. É por isso que os estudantes muitas vezes parecem saber mais do que os seus professores - que é uma questão de confiança. Sim, há muitas coisas que podemos aprender com os jovens, mas as crianças precisam de enquadramentos e estruturas para os ajudar a aprender - e é isso que os professores fornecem.

Sam Dutton, developer no Chrome no Google

Os miúdos são muito qualificados como consumidores, mas não sabem necessariamente como funcionam as tecnologias. Existe essa sensação de que os computadores são como uma misteriosa caixa preta. É uma maneira muito passiva de olhar para a tecnologia, por isso este é um lugar onde os professores têm de entrar. Eu adoraria ver as escolas serem muito mais pró-activas, ensinando às crianças competências como programação de computadores.

Russell Hobby, secretário-geral da Associação Nacional de Professores

Hoje em dia o adolescente médio sabe mais sobre tecnologias que o seu professor, mas isso tem os seus factores positivos. Quando os alunos têm de ajudar o professor, isto  pode constituir um grande impulso para a sua auto-estima. Mas a tecnologia não pode ser ensinada como uma disciplina autónoma, deve ser integrada em todas as aulas.

Julie Thorpe, director da escola e dos programas para a juventude na Co-operative College, Manchester

Os meus filhos passaram três anos a aprender a trabalhar com o Word, Excel e PowerPoint. Parece uma vergonha investir tanto tempo e energia para ensinar os alunos a usar as aplicações que provavelmente poderiam aprender por si próprios. Eu gostaria de ver as crianças envolvidas em actividades que se estendessem a professores e alunos, por exemplo, pegar em PC’s e reconstruí-los com novos componentes. 

Como promover a inovação na educação? (18 Nov)

A tecnologia oferece a oportunidade de re-imaginar o ensino, revelam os oradores da conferência Inovação em Educação, organizada pelo Guardian que mostrou uma coisa acima de todas: estão em curso mudanças transformadoras no modo como os países mais dinâmicos estão a educar os seus jovens e nós estamos a ficar para trás.

Lorde Puttnam, o orador principal advertiu: “Não nos preparamos para a taxa de mudança ou as consequências da mudança”, acrescentando que os políticos com quem se tinha recentemente reunido no Departamento de Educação “não estavam a olhar para a realidade do actual contexto, mas sim para a educação como eles desejariam que fosse e como costumava ser.” O perigo, acrescentou, é que a educação em si vai sofrer “e os jovens vão desistir de nós”.

Os professores e directores escolares que aproveitarem as oportunidades emergentes para re-imaginar o ensino estarão a apoiar os seus alunos o melhor que podem, mas o caminho das novas tecnologias e das oportunidades criativas que proporcionam não será fácil nem confortável, avisa.

a Página 25-11-2011

 


  
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