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EMPENHAI-VOS!

Stéphane Hessel

“A nossa capacidade de indignação pode e deve levar-nos a acções construtivas, motivadas pela recusa da passividade e da indiferença.
Saber dizer não. Denunciar. Protestar. Resistir. Indignarmo-nos. Desobedecer, por vezes, ao que não nos parece justo e que põe em causa as liberdades e os direitos fundamentais. Saber dizer sim. Agir. Combater. Participar na insurreição pacífica que nos permite dar resposta a um mundo que não nos agrada. Numa palavra: empenharmo-nos. Empenharmo-nos significa abrirmo-nos ao mundo que nos rodeia, significa dizer, contra o determinismo histórico, que é preciso inventar qualquer coisa. É o contrário do pessimismo e da resignação. As alternativas existem: temos a possibilidade de engendrar os caminhos de um mundo mais bem governado. É preciso agir agora!”

[excerto de carta aos amigos de Portugal, prefácio de Empenhai-vos! - Planeta, 2011]

Stéphane Hessel nasceu em Berlim, em 20 de outubro de 1917, no seio de uma família judia convertida ao luteranismo. Em 1925 foram viver para França, tendo obtido a nacionalidade francesa em 1937. Aquando da ocupação nazi, juntou-se à Resistência francesa. Detido em 1944, torturado e enviado para um campo de concentração, conseguiu evadir-se no dia em que completou 27 anos.
Após a guerra iniciou uma longa carreira diplomática ao serviço da França, que representou nas Nações Unidas. Defensor da insurreição pacífica, nos últimos anos, tornou-se fonte de inspiração para movimentos de indignados e de contestação às políticas neoliberais. Autor dos manifestos Indignai-vos! (2010, Editora Objectiva) e de Empenhai-vos! (2011, Editora Planeta), que venderam vários milhões de cópias em todo o mundo, Stéphane Hessel pôs-se à conversa com Edgar Morin e daí nasceu O Caminho da Esperança (2012, Planeta) – foi o seu último apelo à mobilização cívica e a uma organização mundial para o desenvolvimento. Morreu em Paris, no dia 26 de fevereiro – tinha 95 anos e era o último redator vivo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Costumava dizer:
“Lutei contra Hitler e fui eu que ganhei”. 


  
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Edição:

Edição N.º 200, série II
Primavera 2013

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