ANTIMILITARISTA EM APUROS
Um tribunal de Istambul (Turquia) começou a julgar, em meados de Junho, Bulent Ersoy, a cantora transsexual turca acusada de ter danificado o prestígio do Exército por ter afirmado na televisão que se tivesse tido um filho, nunca o teria deixado cumprir o serviço militar. "Se tivesse tido um filho, imaginam se eu o levaria ao túmulo porque alguém sentado na outra ponta de uma mesa diz: 'deve fazer isso'?", declarou a artista no final de Fevereiro, em plena operação do Exército turco contra as bases dos rebeldes curdos no norte do Iraque. "Não sou mãe e nunca o serei. Mas sou um ser humano e levá-los ao túmulo...não", prosseguiu a cantora num programa de entretenimento. No mesmo programa Bulent Ersoy também classificou de "cliché" enganoso o lema "os mártires são imortais, a pátria é indivisível" entoado na Turquia nos funerais dos militares. Bulent Ersoy, de 56 anos, pode ser condenada a até três anos de prisão, com base no artigo 318 do código penal turco, que estipula o crime de "dissuadir do serviço militar através da imprensa".
AFP
|