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Web 1.0, 2.0, 3.0... ou níveis de utilização da Internet
Todos nós, e nossos estudantes também, ao iniciar os estudos de qualquer matéria, fazemos uma pesquisa na Internet. Este meio tornou-se uma base documental de dados indispensável ao estudo em qualquer área científica, independentemente dos métodos a utilizar. A informação disponível contempla uma grande diversidade de abordagem dos temas / assuntos tratados, autores, bibliografia, filmes, iniciativas (colóquios, conferências, exposições, congressos), instituições, grupos de discussão, outros investigadores interessados na mesma problemática, interlocutores e uma infinidade de outras informações que poderemos listar a partir de uma consulta temática da Internet. A quantidade e a qualidade de informação disponível criam-nos a necessidade de uma aproximação crítica do meio que permita escolher informação credível. Existem muitas normas e orientações para utilização eficaz da Internet. Aqui limitar-nos-emos a referir os questionamentos sobre a credibilidade da informação e a referir níveis de utilização.
Inicialmente o questionamento da Internet incidia sobre a credibilidade e a certificação das informações pela marca de instâncias editoriais reconhecidas. A primeira pergunta seria então a seguinte - uma informação será verdadeira baseada na instituição que a acredita? Trata-se de uma argumento de autoridade. Uma segunda pergunta decorre da exigência levantada pela Internet sobre o desenvolvimento de uma verdadeira competência crítica e científica, que permita decifrar o valor de verdade de uma informação, independentemente da autoridade da instituição que a acredita. A exigência da Internet é a do desenvolvimento de uma função crítica partilhada. Esta exigência remete para o utilizador - independentemente das instâncias de acreditação, o que é que permite determinar o valor de uma informação, decidir se é verdadeira ou falsa, apontar que depende de outros critérios para ale do da autoridade?
A exigência da cultura na era da Internet pode aparecer, desta maneira, como a da reapropriação colectiva do cidadão da competência crítica quanto aos procedimentos de atestação da verdade. O desenvolvimento da função editorial na Internet deve acompanhar esta exigência. Esta não é uma exigência isolada. Inscreve-se no contexto da cultura interactiva que implica favorecer os comportamentos activos dos sujeitos na produção de leituras susceptíveis de deixarem marcas num espaço de confronto. A questão é de saber se a função editorial, para responder a estas exigências, é apenas levada a adaptar-se ou a transformar-se (mudar).
Se a credibilidade e a validação da informação são questões fundamentais a ter em conta pelo utilizador, o seu uso (o que o utilizador pretende da informação e como a reinscreve no seu projecto) é uma questão central no desenvolvimento ou na redacção de um projecto ou de uma qualquer reflexão. Não me parece que a simples operação de copiar e colar seja uma atitude aceitável no âmbito da realização de um qualquer estudo.
O nível mais 1) elementar da utilização da Internet é a de utilização acrítica da informação, conhecida habitualmente pelo corta e cola ou copy e past. 2) Um nível mais elaborado é o de procurar a credibilidade das fontes (autoridade dos autores e das instituições) e utilizar a informação de forma semelhante à primeira sem a reelaborar. 3) Um terceiro nível de utilização será a de confrontar o concedimento adquirido com informação credível, confrontando os diversos pontos de vista com os seus de estudante ou seja a organização e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na Internet. 4) O quarto nível é o de participação activa nos debates sobre um determinado tema deixando marcas visíveis desse confronto. 5) Poderíamos identificar um quinto nível de utilização da Internet em que o estudante toma a iniciativa de publicar a sua reflexão sujeitando-a ao escrutínio público ou seja à participação de outros participantes na interacção on-line.
Haverá outros níveis de utilização mais complexos e colaborativos? Recomendamos aos estudantes todos os níveis de utilização referidos excepto o primeiro. As diversas gerações da Web 1.0, 2.0 e 3.0 parecem articular-se num processo de cada vez mais inteligente de uso da Internet.

  
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Edição:

N.º 173
Ano 16, Dezembro 2007

Autoria:

José da Silva Ribeiro
Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais. Laboratório de Antropologia Visual. Universidade Aberta
José da Silva Ribeiro
Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais. Laboratório de Antropologia Visual. Universidade Aberta

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