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Abertura do ano lectivo 2004/2005

Recepção aos Encarregados de Educação

Depois de uma manhã numa sala de aula vazia de risos

Depois de uma manhã numa sala de aula vazia de risos, observando os rostos tranquilos das questões nunca postas dos encarregados de educação, fica-se com o aperto no peito da preocupação e a ruga na testa da incredulidade.
Os últimos governos de direita conseguiram o que almejavam: tornar dóceis e conformistas os homens e mulheres desta geração!
O ?para quê reclamar??, ?Eles é que mandam?, ? assim, como assim, ainda estamos vivos e de boa saúde?. Parece ter voltado a ser o refrão do cântico de uma massa anónima que perdeu a esperança e a garra.
Já nada fere! As feridas sucessivas criaram uma crosta de protecção, a insensibilidade!
A auto-censura, tal como a auto-medicação, encobre o cancro silencioso que alastra neste mundo de tão poucos.
Perverteram-se palavras como: liberal, liberdade, democracia. Sujaram-se as palavras: liberdade, solidariedade e justiça. Colocaram-se no andor de novo a esmola, a pobreza. As palavras agora servem para apertar os freios, amordaçar aqueles cujos ideais passam pela valorização individual no colectivo.
Quase se torna proibido pensar hoje no ?nós?. O ?eu? dos egos importantíssimos impõem-se cada dia nos mais pequenos pormenores da vida quotidiana. E, quem como eu, que já não tem necessidade de se considerar ajuizada, assistir a isto, fica; com a testa enrugada, e uma dor, uma dor imensa no coração!


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 138
Ano 13, Outubro 2004

Autoria:

Luísa Vinagre
Professora
Luísa Vinagre
Professora

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