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Suicídio mata mais do que guerras e assassinatos somados

SUICIDOLOGIA

O suicídio está na origem de cerca de um milhão de mortes anuais, quase metade das mortes violentas no mundo, fazendo inclusivamente mais vítimas do que as guerras e os homicídios somadas, revela a Organização Mundial de Saúde (OMS), estimando que este número possa ascender a 1,5 milhões até 2020.
De acordo com estimativas da OMS, entre 10 a 20 milhões de pessoas tenta o suicídio anualmente. As mulheres fazem-no com maior frequência, mas os homens são mais eficazes. "Os homens geralmente recorrem a meios mais radicais do que as mulheres", explica Lars Mehlum, presidente da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP, em inglês) e professor de psiquiatria e suicidologia da Universidade de Oslo, na Noruega. "Os números tendem a aumentar com a idade, mas tem havido um crescimento alarmante de comportamentos suicidas de jovens entre os 15 e os 25 anos", diz este investigador, explicando que este facto se deve ao facto de as expectativas de sucesso da juventude serem hoje maiores por comparação a períodos anteriores e de muitos jovens não suportarem o confronto com a realidade.
Em geral, as principais causas associadas ao suicídio são a pobreza, o desemprego, a perda de um ente querido, discussões e problemas legais ou profissionais. "Uma história familiar de suicídio, bem como o abuso de álcool e drogas e abuso sexual na infância, isolamento social e alguns problemas mentais, incluindo depressão e esquizofrenia, também podem desempenhar um papel no número de suicídios", lembra a OMS.
Actualmente a maior incidência de suicídio situa-se no Leste Europeu - sobretudo a Rússia e a Ucrânia - e as taxas mais baixas na América Latina, os países muçulmanos e alguns países asiáticos.
Entre as formas de prevenção, a OMS refere uma recente decisão das companhias farmacêuticas de embalar os analgésicos em envelopes em substituição dos frascos, que, de acordo com a organização, teve um impacto significativo no seu uso como forma de suicídio. As atenções voltam-se para o controlo do acesso a pesticidas ? uma técnica disseminada na China rural - e para as armas de fogo.


  
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Edição:

N.º 138
Ano 13, Outubro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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