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'Missionária da Revolução' em concerto no Passos Manuel

Mulher, preta, homoafetiva – coquetel perigoso no Brasil de Bolsonaro. Mais ainda, quando Bia quer educar e informar audiências, “chegar às pessoas que vêm de onde eu venho, mas que não têm a informação que eu tive”. Mas também denunciar o atual regime brasileiro e dar-se a conhecer, daí a importância de cantar fora do Brasil. “Aqui a gente está a ser sufocada. Até quando vamos poder falar?”

Bia Ferreira é uma jovem cantora e ativista anti discriminações, autora de uma canção ("Cota Não é Esmola") que se tornou viral e levou Caetano Veloso a recomendar Bia aos brasileiros. A canção, diz ela, “é uma explicação didática para pessoas brancas que são contra as quotas e é também uma música em que as pessoas pretas, pobres e indígenas podem ver a sua história contada e contá-la a outras pessoas. É isso que faz a informação circular” [Público, 01.fev].

Pela primeira vez em Portugal, e em estreia internacional, Bia Ferreira começou a sua digressão em Lisboa e Coimbra, onde também participou no debate Esquerda Académica e Periferia: Cadê o Diálogo. Seguem-se Estarreja (sexta-feira, dia 8, no CTE) e Porto (sábado, dia 9) – no antigo cinema Passos Manuel, a ‘missionária da revolução’, como se intitula, tem agendadas duas apresentações, às 18 e às 22 horas. Os concertos têm uma convidada: Doralyce, também compositora e cantora brasileira, e companheira de Bia.

Com álbum de estreia previsto para abril, Bia não canta o céu azul: “não posso, quando a polícia militar mata, pelo menos, cinco jovens pretos todos os dias. Eu não posso cantar sobre o jacúzi do meu quarto, porque eu não vivo isso. Eu não vivo a paz. Eu não tenho paz.” [Público, 01.fev]. Se lhe perguntarem o que canta, é provável que responda MMP – música de mulher preta.

 

https://www.youtube.com/embed/QcQIaoHajoM

 

 


  
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