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Comunidade intercéltica de regresso a Sendim

De 4 a 7 de agosto, as Terras de Miranda acolhem o 17º Festival Intercéltico de Sendim (FIS). A festa começa na quinta-feira, em Miranda do Douro, com um duplo concerto (Andarilho 2.0 e Almez) e continua no Parque das Eiras de Sendim com dois triplos: Orquestra de Foles, Pepe Vaamonde Grupo e Almez (sexta-feira); Trasga, Full Set e Naheba (sábado) - programa em baixo. Paralelamente, várias atividades vão animar o fim de semana sendinês, destacando-se conferências sobre língua e cultura mirandesa, uma homenagem a Alípio de Freitas e a apresentação do livro «José Afonso - A Raiz Genuína» (Mário Correia), com a participação de Francisco Fanhais e Vítor Lopes. Ano após ano, o FIS resiste ao silêncio das corporações mediáticas e permanece uma excelente oportunidade para ouver boa música e desfrutar da beleza e da cultura mirandesa. A.B.

"Começamos no já distante ano de 2000 as celebrações sendintercélticas. Ano após ano, fomos insistindo e reincidindo, graças ao apoio de todos quantos se deslocam a Sendim para viver a festa, convictos de que essa era razão mais do que suficiente para porfiar.

Fomo-nos habituando a ver caras conhecidas, a fazer amigos fiéis e a partilhar cumplicidades culturais, sendo cada edição do Festival Intercéltico de Sendim uma oportunidade única de (re)visitação e (re)encontro. E muitas vezes nos fizeram a pergunta: então, que novidades temos para este ano? A resposta continuará a ser a de sempre – nada de novo porque nos renovamos como o ciclo das estações; porque é assim que tem de ser e a natureza das origens do FIS assim o determina. 

Que gente é esta que traz instrumentos e vozes para serem escutados na Terra de Miranda? Recriam os sons da terra, de muitas terras; sons que ao longo dos tempos se relacionaram e se misturaram. Cantam histórias e lendas com raízes culturais partilhadas por séculos de convivência.

Na sua maior parte, é gente habituada a escutar as ondas atlânticas, mas alguns seguiram os cursos dos rios nascidos no interior – trazem todos a energia telúrica das suas origens, revitalizada e revigorada nos tempos das suas vivências.

Hoje, aqui e agora, são as vozes de sempre marcando o tom de um presente com sede de futuro. São os sons e os cantos do nosso (des)contentamento. Convergem e encontram-se na mítica e mágica Terra de Miranda, que sabe receber e acolher estes novos bardos.

E aqui se renova a seiva da celtitude em tons maiores de convívio. Um convívio com amantes das músicas folk e tradicionais – muitos deles companheiros de longa data, de sempre! – que demandam esta finisterra do Nordeste Transmontano para celebrar a amizade, porventura fazendo eco das ancestrais transumâncias.

Em Miranda do Douro e Sendim, nestes dias de (re)encontros e (re)descobertas, músicos e assistentes não são parte da festa – são, todos, a Festa Sendintercéltica.

Sejamos, pois, sendintercélticos no convívio e na festa!"

Mário Correia (Sons da Terra)

PROGRAMA

Miranda do Douro

Dia 4. 22h00 Andarilho 2.0 (Portugal) | 23h00 Almez (Castilla-La Mancha)

Sendim

Dia 5. 22h00 Orquestra de Foles (Portugal) | 23h00 Pepe Vaamonde Grupo (Galiza) | 00h30 Almez (Castilla-La Mancha)

Dia 6. 22h00 Trasga (Portugal) | 23h00 Full Set (Irlanda) | 00h30 Naheba (Cantábria)

  FULL SET. Juventude e talento fazem deste grupo irlandês uma das mais aclamadas e aplaudidas formações da folk esmeraldina, com elogiosas referências que os situam na senda de bandas de excelência como Dervish, Danú, Lunasa e Altan. A proposta musical remete para uma criteriosa escolha de temas tradicionais, recriados com reconhecida e renovadora criatividade, ao lado de composições próprias. Um concerto é um banquete de emoções entre a tranquilidade de um sedutor canto, límpido e transparente, e a vertigem de jigs & reels. [+ www.fullsetmusic.com]

  NAHEBA. Apoiando-se na música tradicional cantábrica, com adaptações muito criativas e revigorantes, mas integrando também composições próprias, o grupo foi constituído em 2004 com músicos e instrumentistas que partilhavam entre si a paixão pela música folk de matriz céltica (Tanahill Weavers, Llan de Cubel, Corquieu, Bothy Band…). Apresentam-se com uma sonoridade vincadamente acústica, que se destaca pela homogeneidade, apoiada numa instrumentação de referência (gaita de foles, violino, flauta, guitarra, bouzouki e bodhran), criando uma atmosfera emotiva e enérgica. [+ www.naheba.es]

  PEPE VAAMONDE GRUPO. Liderado pelo gaiteiro/flautista, o grupo é uma das mais expressivas e representativas formações da folk galega, com um projeto coerente e uma grande capacidade de comunicação com o público durante os concertos. Em Sendim, Vaamonde vai recriar o último trabalho discográfico (Nas Pedras do Lar), que encerra uma tetralogia dedicada aos quatro elementos naturais (água, vento, terra, fogo), recorrendo a instrumentais próprios e tradicionais numa fusão da essência musical galega com sonoridades dos mais diversos estilos. [+ www.pepevaamondegrupo.com]

  ALMEZ. Grupo criado em 1998, com uma ampla trajetória que evoluiu de um estilo marcadamente tradicional até um som atual, caracterizado pela mistura de melodias tradicionais (muiñeiras, jotas, jigs e reels) com ritmos alheios à folk: reggae, bossa nova, soca, ska e rumba. Combinando canções próprias com temas tradicionais, procuram ultrapassar fronteiras sem perder o referente fundamental da música tradicional castelhana-manchega. Cada concerto do grupo é uma viagem pelas nações celtas, propondo uma outra forma de desfrutar a música. [+ www.almez.es]

  TRASGA. La lhéngua mirandesa cun fuorte marca raiana stá bien presente nel trabalho de l grupo, retratando la bida del home mirandês em quaige todas las sues facetas. L poderieu rítmico presente an quaige todos ls spécimes, demonstra bien l sentido einérgico de ls músicos. Gaitas, çanfonas, fraitas i percuçones de diferentes tipos, ambulben-se cun acordeones, bandolins i bouzukis, nua harmonie purfeita de strumentos ancestrales cun outros más recentes, acompanhados pul canto an lhéngua mirandesa, amprimindo a ls temas bigorosa dinâmica. 

  ORQUESTRA DE FOLES. Iniciativa da Associação Gaita-de-Foles, o projeto junta vivências atuais e influências diversificadas associadas ao instrumento, com especial destaque para a sua ligação a Portugal. Meia dúzia de gaitas e um trio de percussão jogam com ritmos improváveis, arranjos arrojados e reportório diversificado, levando a gaita de foles ao lugar de destaque. Na rua ou no palco, esta sinfonia de foles, ponteiros, roncos, peles e aros, promete o rigor de uma orquestra pontuada pela irreverência dos gaiteiros. [+ www.gaitadefoles.net/OrquestraFoles]

  ANDARILHO 2.0. Rui Oliveira (guitarra, adufe, bombo) junta-se com DJ Deão numa sonoridade única – música tradicional eletrónica; música do cancioneiro europeu com forte presença da música tradicional portuguesa. José Afonso, Fausto, Chico Buarque, Bob Dylan ou Paul Simon, eram algumas das vozes que acompanhavam Rui Oliveira, na adolescência, em longas noites de exploração da sua voz e da guitarra. Trabalhando como músico, percorreu vários países da Europa, procurando sempre interagir com músicos locais. Porque “comunicando, construímos quem somos”. [+ www.ruioliveiramusica.com]

PARALELAS. Feira-Mostra do Livro e do Disco Trad&Folk (Casa da Lhengua, Miranda do Douro, dia 4) | Ruta de ls Celtas: caminhada sendintercéltica (Junta de Freguesia de Sendim, dias 5 e 6 - 9h) | Casa da Cultura de Sendim (10h30-20h): Cachicos de Lhonas (exposição de Manuel Ferreira), Feira do Livro e do Disco Trad&Folk, Oficina de gaita de foles (Orquestra de Foles), Oficina de Danças de Paulitos.

OUTRAS. Casa da Cultura de Sendim (dia 6): Alípio de Freitas: Testemunhos de uma Vida, 11h00 (AJA/Norte) | Apresentação do livro «José Afonso - A Raiz Genuína», 14h30 (Mário Correia) | Conferência sobre Língua Mirandesa, 15h30 (Alfredo Cameirão) | Conferência sobre Pendões Mirandeses, 16h30 (Alcides Meirinhos).

ANIMAÇÃO. Terreiro dos Pauliteiros (Casa da Cultura de Sendim, música e dança nas tardes de sexta-feira e sábado) | esplanadas e Taberna dos Celtas (depois dos concertos).


  
Ficha do Artigo

 
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