Segunda longa-metragem de Chantal Akerman,"Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles" mostra uma jovem viúva da classe média, na sua rotina diária enquanto dona de casa, com a prostituição a aparecer como acento trágico. Filme decisivo na consagração de Akerman, retrata, num registo poético-político, a coreografia ritualística e automatizada da vida doméstica. O filme é exibido hoje, 8 de junho, às 21h30.
Seguem-se “Dillinger è Morto”, de Marco Ferreri (dia 14), “L’éden et Après”, de Alain Robbe-Grillet (18), e "Zabriskie Point", de Michelangelo Antonioni (19) – sessões sempre às 21h30, no Auditório de Serralves [sessão, 3€; ciclo completo, 9€]. Os quatro filmes sintetizam algumas das principais estratégias de interrogação crítica do pragmatismo, do positivismo científico e do crescimento industrial dos anos 1960-70.
Reafirmando a relação entre estética e política, Akerman, Ferreri, Robbe-Grillet e Antonioni baralham todas as pistas: ao mesmo tempo que testam os limites do cinema militante e reinventam a herança do cinema psicadélico, subvertem as fronteiras entre cultura erudita e subcultura, lançando olhares diferenciados sobre grandes questões do seu tempo.
Quatro retratos de época com repercussões sobre a produção cinematográfica contemporânea e instrumentos de reflexão para problematizar o presente, o ciclo No More Reality? propõe um diálogo com a exposição de Giorgio Griffa, “Quasi Tutto”, patente até setembro.
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