Aí, onde afagas a margem da minha cidade, onde correm águas que fazem de prata o berço das fragatas e de cinza as amarras que deram vento ao pano das caravelas, aí se vão lembranças da minha infância, as vistas que de tão velhas quase não têm idade são ilhas na bruma da distância, os passos dos homens desaguam em tristeza à porta das manhãs e os dias vão de novo adormecer, sempre a cantar poemas nas colinas onde habita a saudade, enquanto no céu ficam estrelas para coroar a nossa estranha humanidade... Aos meus amigos.
Luís Vendeirinho
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