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No futuro, sistemas energéticos (mais) plurais e eficientes?

A questão do emprego de fontes energéticas não poluidoras, ditas alternativas, sobretudo soluções minimizadoras da libertação de CO2 para a atmosfera, está na ordem do dia.

A questão das fontes e dos modos de consumo de energia, da forma sustentada de assegurar a disponibilidade de energia requerida pelas sociedades, sempre foi matéria estratégica e, inclusivamente, um dos principais factores conducentes ao lançamento de operações guerreiras e outras, com vista ao controlo das regiões, dos países, onde residem as principais reservas energéticas, nomeadamente nas zonas de extracção de combustíveis fósseis, como o petróleo.
Na actualidade, em particular na sequência do crescimento das preocupações ambientais, a questão do emprego de fontes energéticas não poluidoras, ditas alternativas, sobretudo soluções minimizadoras da libertação de CO2 para a atmosfera, está na ordem do dia. O nuclear, por exemplo, é uma dessas soluções, se bem que originando muitas outras preocupações ambientais.
Está aí, também, a preocupação com o esgotamento das reservas de combustíveis fósseis – o tema mais falado, com a questão do pico do petróleo a atrair as atenções – e de outros, como o urânio. Fontes de energia que se gastam e não são renováveis.
Destes factos deriva a preocupação em garantir a sustentabilidade da produção de energia e com as energias renováveis. Daí a recuperação pós-moderna, de certo modo contrariando a ideia económica, da optimização da “alocação” de recursos a investir na recuperação de fontes energéticas caídas em desgraça na fase anterior da modernidade, por antiquadas e antieconómicas, como a hidroelectricidade, a remoçada energia solar (incluindo os pequenos produtores domésticos, em expansão acelerada), mais os ventos e as marés.
Enfim, e isto deve ser sempre re-explicitado, a citada dupla face do conceito de sustentabilidade energética: garantir a inesgotabilidade e a manutenção de uma atmosfera “amiga” da vida.
Por isso, um ícone da nossa civilização (o automóvel), tal como é hoje “energeticamente”, também caiu em desgraça, tanto pela poluição que provoca, sobretudo através do celebérrimo malfeitor (CO2), como pelo consumo acumulado de uma energia não renovável como o petróleo.
E daí uma fileira na criação de automóveis eléctricos – com maior mobilidade do que os carros e comboios eléctricos de antanho, agora modernizados, mas sempre “presos” ao logo dos carris sobre que se movem. Automóveis eléctricos que, é claro, exigem todo um novo sistema de abastecimento energético, diferente do actual, a gasolina, gasóleo, gás natural...
Todas as evoluções e preocupações referidas exigiram, conduziram a um conceito novo – o das redes “espertas” (smart) de transporte e distribuição de energia. “Esperteza” (smartness) que tem a ver com o emprego das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para uma gestão de máxima eficiência, não apenas do transporte e distribuição da energia, mas de todo o sistema de fontes (sistema plural), com vista a uma utilização “óptima” dos recursos energéticos disponíveis.
Propositadamente, o escrevente foi deixando escapar – tanto quanto bastasse – o “barbarismo” de formulações, de maneiras de dizer, não tanto próprias dos profissionais dedicados directamente a estas questões, mas, sobretudo, dos tecnocratas, consultores, gestores (porque assim os consultores lhes falaram) e jornalistas – e, em consequência, dos políticos, que escutam de todos aqueles.
Possa este texto ajudar à compreensão dos projectos que todos vão deixando escapar para a esfera pública!...

Francisco Silva


  
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