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eTwinning Learning Lab

Venho resumir-vos a minha breve experiência eTwinning.
E o que vem a ser isso?

eTwinning é uma acção do programa Life Long Learning, da União Europeia, que consiste numa comunidade virtual de escolas. Neste exacto momento, existem 91.128 membros activos e 5.301 projectos activos. Os professores interessados, após inscrição, poderão utilizar as ferramentas do eTwinning (www.etwinning.net/en/pub/index.htm) para desenvolverem diferentes acções, nomeadamente conhecerem-se uns aos outros, encontrarem-se virtualmente, trocarem ideias e exemplos de práticas, formarem grupos, participarem em oficinas de formação - há-as de três tipos: oficinas europeias, eventos de aprendizagem e formação – e dinamizarem projectos. Criar redes de trabalho colaborativo entre escolas europeias com recurso à Internet é, portanto, o objectivo principal.
Pelas suas características, não estão previstos subsídios para o eTwinning, não existem procedimentos administrativos a cumprir nem são necessárias reuniões presenciais.
Um projecto eTwinning inicia-se com um mínimo de dois professores. Os alunos envolvidos podem ter idades entre os 3 e os 19 anos. O tema pode ir ao encontro de uma área disciplinar ou ser transversal ao currículo. Os projectos devem ter um bom equilíbrio entre a utilização das TIC e as actividades de sala de aula.
Desenganem-se aqueles que pensam que para este tipo de coisa só os muito entendidos nas tecnologias da informação e da comunicação (TIC) é que contam! Definitivamente, não. O eTwinning ambiciona, precisamente, dinamizar as competências TIC dos professores e torná-las parte integrante do dia-a-dia da sala de aula.
E foi na perspectiva da aprendizagem que, em Março, me inscrevi num evento de aprendizagem (learning lab) intitulado eTwinning Approaches for Primary Schools – eventos de aprendizagem são oficinas onlin intensas, de curta duração e sujeitas a diferentes temas; são lideradas por um perito e incluem trabalho activo entre os participantes. Fiquei logo muito entusiasmada por ser um tema directamente relacionado com o ciclo em que trabalho e por ter um número limite de participantes (100), o que, num universo de quase 90.000 (em fins de Março), é um número motivador para uma comunicação mais directa.
E assim aconteceu. Durante 12 dias (o laboratório está acessível 24 horas), participei intensa e entusiasticamente no evento, que excedeu as minhas melhores expectativas. Progressivamente, fui percebendo como tudo funcionava e sempre que tinha dúvidas, colocava-as no blogue do laboratório; nenhuma pergunta ficou sem resposta. Quando dei por mim, já estava a responder a questões de outros!
A ideia principal da oficina, a partir do momento em que foram feitas as apresentações, foi organizar um eventual projecto. Os participantes puseram à consideração as suas ideias e, aos poucos, o caos ia dando lugar à ordem. Aconteceu de tudo às ideias: umas foram aceites logo desde o início, outras limadas, mais outras completamente reformuladas e ainda outras rejeitadas. Trocaram-se ferramentas e produtos de trabalho disponíveis na Internet, maneiras de trabalhar, experiências anteriores (particularmente sobre projectos Comenius), dúvidas, curiosidades...
Durante o período do caos até tive dificuldade em dormir tranquilamente, pois, por um lado, nenhuma das ideias me agradava cabalmente e, por outro, não tinha nenhuma alternativa! Mas a situação mudou. Às tantas (da manhã), tive uma ideia capaz. Peguei imediatamente no lápis e bloco (adereços constantes na minha mesinha-de-cabeceira, precisamente para estes repentes) e, após o registo, lá descansei até ouvir o estridente tiriririri do indispensável objecto.
Entretanto, escrevi a boa-nova aos outros participantes. Quase sem reacções iniciais, pensei ou o projecto não é interessante ou não perceberam o meu inglês. Nenhuma das justificações me consolou, principalmente porque estava muito confiante na linha do projecto inventado. Encetei, então, uma espécie de campanha, conquistando leitores para os meus posts e apregoando as potenciais qualidades e mais-valias do novo produto. O esforço foi compensado: no fim, tinha comigo uma equipa de 10 parceiros super motivados e dispostos a pôr em prática o projecto, a partir de Setembro próximo.
Feita a reflexão final, foi tempo de retocar o plano que foi construído e de o submeter à aprovação da equipa eTwinning. Agora, a equipa mantém-se, continua interessada e dinamiza regularmente o espaço virtual (twinspace) que cada projecto aprovado tem à sua disposição para trabalhar, comunicar e apresentar produtos. A participação no meu primeiro eTwinning Learning Lab foi uma experiência inesquecível que veio (felizmente) desafiar o meu quotidiano profissional.

Betina Astride


  
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