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Aves marinhas afetadas por lixo da pesca, alertam biólogos da UA

Um grupo de biólogos da Universidade de Aveiro (UA) alerta que o lixo marinho, em especial o material descartado ou perdido com origem em atividades piscatórias, “tem consequências severas para a conservação das aves marinhas”, lê-se em comunicado.

Os biólogos estudaram, ao longo de dez anos (2008-2018), as causas que levaram milhares de aves feridas ou mortas até ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do ECOMARE. No total, foram analisadas as 2.918 aves marinhas de 32 espécies e entre as causas de admissão das aves – captura acidental, trauma, emaciação, doença ou intoxicação, entre outras – quase 6,9% (201 aves) traziam sinais de emaranhamento. Destas, 82% dos casos referem-se a materiais relacionados com a pesca como anzóis, linhas e redes. Contudo, “como só conseguimos contabilizar os animais emaranhados que conseguiram dar à costa ou sobreviveram o tempo suficiente para chegar à costa, o problema está consideravelmente subestimado”, refere Rute Costa, bióloga do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, em nota de imprensa.

“Não nos é possível quantificar o número exato de aves enredadas na costa centro, muito menos no total da costa nacional, mas podemos dizer que será certamente muito superior aos 6.9% (201 aves) apresentado no estudo”, garante a coordenadora da investigação, que assegura ainda que “os valores apresentados neste estudo mostram claramente o impacto deste tipo de lixo nas aves marinhas e a importância para que o cenário encontrado seja modificado”.

Rute Costa defende que, para diminuir o número de aves afetadas, “é necessária mais fiscalização por parte das autoridades”, bem como “devem ser feitos mais esforços na consciencialização de pescadores principalmente para que os materiais particularmente perigosos, como resíduos de equipamentos de pesca, sejam eliminados de forma segura”.


  
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