Um estudo conjunto da Unicef com o Grupo do Banco Mundial revela que, em 2013, cerca de 385 milhões de crianças viviam em situação de pobreza extrema em todo o mundo. De acordo com o relatório “Terminar com a Pobreza Extrema: Um foco nas crianças”, a situação mais problemática encontra-se na África subsariana, seguindo-se o sul da Ásia.

O estudo, que resultou da análise de dados de 89 Estados, indica que "19,5% das crianças nos países em desenvolvimento faziam parte de agregados familiares que sobreviviam com 1,90 dólares [1,70 euros] por dia ou menos por pessoa, comparativamente com 9,2% dos adultos”. As crianças continuam a ser as mais afetadas, mesmo na avaliação dos agregados familiares que subsistem com 3,10 dólares [2,76 euros] por dia, havendo 45% de menores, contra 27% de adultos, a viver nessas condições.

Refere a Unicef em comunicado que este estudo surge na sequência do relatório de referência do Grupo do Banco Mundial, “Pobreza e Prosperidade Partilhada 2016: Assumindo a Desigualdade”, que concluiu que, em 2013, cerca de 767 milhões de pessoas no mundo viviam com menos de 1,90 dólares por dia, metade das quais tinham menos de 18 anos. “As crianças são afetadas de forma desproporcionada, dado que representam cerca de um terço da população estudada, mas metade dos que vivem na pobreza extrema. O risco é maior para as crianças mais pequenas – mais de um quinto dos menores de cinco anos nos países em desenvolvimento vivem em famílias extremamente pobres.

Entre as 767 milhões de pessoas a viverem numa situação de pobreza extrema, 385 milhões são crianças com idade até aos 17 anos, enquanto os outros 382 milhões têm idades a partir dos 18 anos – é na faixa etária entre os 18 e os 59 anos que se concentra o maior número de pessoas em pobreza extrema. Dentro dos 385 milhões de crianças apontadas, 122 milhões têm até quatro anos, 118 milhões têm entre cinco e nove anos, 99 milhões têm entre os dez e os 14 anos e 46 milhões têm idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos.