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Escritores e leitores repetiram encontro no Porto

Cumpriu-se no passado sábado o segundo dia da iniciativa Acorda, Porto!, que juntou escritores e leitores em esplanadas da Praça da Liberdade. “Não há feira, mas há escritores” foi o mote deste encontro de dois dias (22 e 29 de junho), por onde passaram escritores como Ana Luísa Amaral, Afonso Cruz, Miguel Miranda e Richard Zimmler, entre muitos outros. 

Tratou-se de “um gesto de protesto e de resistência” pelo facto de este ano não ter havido Feira do Livro no Porto, segundo Manuel Jorge Marmelo, um dos escritores responsáveis pela iniciativa. O jornalista e autor de, entre outros, “O homem que julgou morrer de amor / O caso virtual” (1996), “O amor é para os parvos” (2000) e “Aonde o vento me levar” (2007), sublinhou à PÁGINA que a importância desta ação passou por se ter conseguido criar, “em pouco tempo e com poucas pessoas, um espaço de encontro entre quem escreve e quem lê”.

E foram muitos os que mais uma vez se juntaram na Praça da Liberdade para ouvir e ler o que os escritores, de várias gerações, tinham para dizer. Palavras de desagrado pela não realização da Feira do Livro e de esperança para o próximo ano. Os leitores, atentos, também tiveram a oportunidade de comprar algumas obras, de conversar com os autores e de ver os seus livros autografados.

“É importante perceber que estamos contra, que nos revoltamos, e que estamos dispostos a fazer pressão. Este é um ato para fazer ver a quem tem poder decisivo que não deixamos passar isto em branco”, referiu Nuno Camarneiro, autor de “No meu peito não cabem pássaros” (2011) e “Debaixo de algum céu” (2013), adiantando que os escritores estão “a fazer força para que para o ano volte a haver Feira do Livro no Porto”.

Valter Hugo Mãe também esteve presente, porque, afinal, “os escritores tinham de se unir”. O autor de, entre outros, “o remorso de baltazar serapião” (2006), “a máquina de fazer espanhóis” (2010) e “o filho de mil homens” (2011), não entende “que o Porto não queira ser pelo menos a segunda cidade do país”. “Não faz sentido. Isto é o Porto colocar-se numa situação de profunda humilhação perante o país e a capital. Acho triste”, concluiu.

PÁGINA/Maria João Leite


  
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