O estudo Quanto Custa Estudar no Ensino Superior Português, coordenado por Luísa Cerdeira, da Universidade de Lisboa, revela que o número de estudantes do Ensino Superior que pediram empréstimo bancário aumentou de 1,6% em 2004/2005 para 4,9% por cento no ano letivo passado.

Os alunos do ensino privado são os que pedem mais empréstimos, sendo que 9,3% correspondem aos alunos do politécnico e 5,7% aos do universitário. Cerca de 66,7% dos empréstimos são de garantia mútua – sistema em que instituições de crédito privadas, mutualistas, dão garantias aos bancos e outras entidades em favor de empresas ou de pessoas individuais, para facilitar o seu acesso ao crédito.

O estudo revela ainda que o custo total por aluno no Ensino Superior público foi de 5.841 euros em 2010/2011, sendo o esforço das famílias superior ao investimento público: “O contributo privado (estudantes e famílias) foi significativamente mais elevado do que o esforço público (+ 60 por cento)”, lê-se no documento. Para um universo de 314.032 alunos, foram destinados 3.601 euros por estudante do Orçamento do Estado. Um valor que representa “menos 13 por cento da despesa por aluno de 2005, no valor de 4.151 euros”.

O estudo indica ainda que o valor da bolsa média cobre cerca de um quarto dos custos totais dos alunos. E se, no público, a verba cobre os custos de educação, que incluiu propinas e livros, no privado fica “muito aquém”.