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Jogo bolsista na escola considerado ilegal

COMERCIALIZAÇÃO DO ENSINO

A organização ATTAC (Associação para a Taxação das Transações Financeiras e Ajuda ao Cidadão) saudou como uma ?vitória sobre a mercantilização da escola? uma recente decisão do tribunal de administrativo de Cergy-Pontoise, na região de Paris, que julgou ilegal a organização do jogo bolsista ?Masters da Economia? numa escola secundária daquele país ? um assunto a que a PÁGINA já tinha feito referência em números anteriores. A decisão do tribunal surge no seguimento de uma queixa apresentada por um professor da escola secundária Auguste-Blanqui, que contestava a organização do jogo no interior do estabelecimento de ensino.
O ?Masters da economia? é um jogo organizado pelo grupo bancário CIC, jogado através da Internet, e aberto aos alunos do ensino básico e secundário. Nele se procura multiplicar um capital fictício através de ordens de compra bolsistas. Desde o início do jogo, em 1981, que a ATTAC e o sindicato de professores FSU pediam ao ministério da educação francês que o interditasse no interior das escolas.
De acordo com o tribunal, o jogo tem objectivos claramente publicitários e comerciais a favor do banco organizador e colidia com a proibição de iniciativas de natureza publicitária, comercial política ou confessional em estabelecimentos de ensino, indo contra o princípio de neutralidade da instituição escolar.
A ATTAC espera agora que esta decisão se torne jurisprudente e escreveu já ao ministro da educação François Fillon e a todos os directores de escolas para que ponham termo imediato ao jogo. Além disso, a associação anunciou mobilizar-se no sentido de pedir a abrogation de um código de boa conduta das intervenções de empresas em meio escolar, de 1981, já que esta ?legitima a entrada na escola de marcas e interesses comerciais?, e, de uma forma geral, a ?subordinação da educação a imperativos económicos e mercantis?.


  
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Edição:

N.º 139
Ano 13, Novembro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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