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Alfabeto fonético

Todos os dias, quotidianamente, cotidianamente? Se temos um alfabeto fonético, a cada símbolo ou letra deveria corresponder um e só um fonema.
Quando fui professor do 1º Ciclo do Ensino Básico entendi que isso simplificaria a aprendizagem da leitura. No fundo não foi esse o grande passo dado pelos fenícios, a invenção do alfabeto do qual deriva o grego, de que o nosso é filho?
Têm razão os brasileiros, que mais se aproximam do "alfabeto fonético". Os próprios acentos podem ser abolidos. Quem precisa deles nos advérbios de modo? Porque foram cientificamente (eis um exemplo) defendidos e hoje são considerados inúteis? Não há acentos na escrita do mais importante idioma do planeta, o inglês! Isso não fará pensar? Que dizer dos infinitos "valores" do nosso "x"? Que lógica têm esses valores? Valem pela História? Mas então voltemos a escrever com duplas consoantes!
Estudei 5 anos italiano, ainda hoje o entendo e falo sem problemas, mas escrevo com erros. Será que há quem acentue o fonema "t" em palavras como "tutto"? Para mais, como um dia me disse Gabriel Brustoloni, poeta em Portugês, antigo professor no Instituto Italiano do Porto, as línguas falam-se, não se escrevem.
E por hoje é isto. Vou apanhar um ônibus (veja-se o português dos anos 20); tenho de ir ao açougue. Autocarro? Talho? Os exemplos anteriores não são modernices do Brasil. Fomos nós quem inventou palavras novas mas isso é já outro assunto.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 109
Ano 10, Fevereiro 2002

Autoria:

Carlos Alberto Mota
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
Carlos Alberto Mota
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real

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