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Uma universidade afastada da cidade

Portugal é dos Estados comunitários com menor estatuto na área da inovação, oferecendo apenas 1,4 por cento de empregos nos serviços de alta tecnologia - menos de metade do que se verifica nos 15 países da União Europeia (3 por cento). Os dados foram divulgados pela ex-ministra do Emprego, e actual consultora do primeiro-ministro, Maria João Rodrigues, num seminário subordinado ao tema ?Ensino Superior e Competitividade?, que decorreu no Porto.
Mas não é só nos empregos de alta tecnologia que Portugal está mal posicionado. A percentagem de licenciados em Ciência e Tecnologia é de 28 por cento contra os 37 na UE. Quanto ao emprego na indústria transformadora de alta tecnologia, o país apresenta taxas de 3,5 por cento face aos 7,7 da UE. Em termos globais, a força de trabalho diplomada por estabelecimentos de Ensino Superior atinge os 7 por cento, o que representa cerca de metade da taxa registada na UE e o último lugar em comparação com os outros Estados-membros.
Na sua intervenção, Maria João Rodrigues mostrou, no entanto, algum optimismo, afirmando que muitos casos positivos estão a surgir em Portugal. Casos de empresários com sentido inovador, com capacidade de ir às universidades, aos politécnicos, aos centros tecnológicos e às unidades de demonstração buscar os apoios de que precisam e que exigem a prestação de um serviço de qualidade.
"Portugal começa a ter empresas capazes de inovar, precisamente porque recorrem à investigação aplicada e fundamental", considerou a ex-ministra, defendendo a necessidade de multiplicar esses casos. O que exige uma política integrada de apoio à inovação; uma política que articule o que é feito na área da Educação, no apoio às pequenas e médias empresas e nos apoios financeiros disponíveis, nomeadamente para as empresas com projectos inovadores.
"Está provado que estes projectos avançam mais rapidamente se se verificar um funcionamento em rede e com base em parcerias", sustentou Maria João Rodrigues. O problema é que os mundos empresarial e universitário estão ainda muito distantes - um distanciamento que terá de ser colmatado por organismos de intermediação, que saibam fazer a ponte e ligar as duas perspectivas.


  
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Ano 9, Dezembro 2000

Autoria:

Redacção

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