(AFP)

Os casos de violência grave nas escolas francesas aumentaram ligeiramente em 1999-2000, de acordo com estatísticas divulgadas no mês passado pelo ministério da educação francês, ainda que o número global de incidentes tenha diminuído face ao ano anterior. Entre Setembro de 1999 e Junho de 2000, nos estabelecimentos escolares do segundo grau, correspondentes ao ensino básico do 2º e 3º ciclos, foram assinalados, em média, cerca de 225 mil incidentes por trimestre, dos quais 2,6% se relacionavam com casos graves de violência.
O ministério da educação francês assinala ainda que neste período se registaram 900 agressões pessoais, contra 1000 em 98/99, e 1600 actos graves contra bens pessoais, por oposição aos 1750 do ano anterior. Os casos graves de violência, reportados num relatório entregue à Procuradoria da República, repartam-se em nove categorias: violências verbais (50%), atentados à integridade pessoal (15%), vandalismo (15,7%) roubo ou tentativa de roubo (10,4%), consumo e tráfico de drogas (2,7%), porte de arma branca, bombas lacrimógeneas ou de outras armas (0,9%), porte de armas de fogo (0,01%), intrusões (4,8%), e suicídio ou tentativa de suicídio (0,5%).
Entretanto, o ministro da educação, Jack Lang, nomeou uma comissão nacional de luta contra a violência na escola, composta por 41 elementos com experiência do "terreno", encarregue de propôr soluções que permitam minorar a violência no contexto escolar.
"A primeira fonte de violência é a própria sociedade", disse o ministro, enquanto Gérard Laignel, conselheiro pedagógico em Roubaix-Leste, localidade que integra as "zonas de violência", refere que o essencial é "falar, dialogar, pôr toda a gente à volta da mesa". "Uma vez transposto este passo, resolve-se metade do problema", sublinha ainda este responsável Por seu lado, Dominique Appert, secretária da comissão departamental de educação especial, diz que uma das prioridades passa por "compreender a razão que levam um jovem a reagir violentamente, já que na maior parte dos casos ele sofre".

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