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Alguns parágrafos

 
1. Sobre o Maio internacional

A evolução, na continuidade, que se verificou na Indonésia, com a queda de Suharto, poderá estar a abrir brechas potencialmente favoráveis à luta do povo de Timor-Leste. A crise indonésia teve como protagonistas mais visíveis estudantes universitários, muitos dos quais claramente identificados com o islamismo, mesmo com certos sinais de fundamentalismo islâmico. A situação parece estar ainda longe da clarificação, sabendo-se que Maio foi mês de morte e sofrimento para as populações indonésias e para o povo de Timor-Leste, cujo territorio continua militarmente ocupado por forças de Jacarta.

Do Museu do Louvre, em Paris, foi roubado um quadro de Camille Corot. Aconteceu em Maio, trinta anos depois do mês de Maio de 1968.

A Índia realiza testes nucleares, a que se seguem experiências idênticas no Paquistão. A tensão política e diplomática entre estes tradicionais inimigos cresce sob o olhar da República Popular da China. Estados Unidos e Europa manifestam preocupação por uma eventual escalada da corrida armamentista. Até a França, que também realizou testes nucleares contra a vontade do Mundo, veio a público condenar aquelas experiências indianas e paquistanesas.



2.Sobre o Maio nacional

Por cá, Jorge Sampaio foi à Fundação Calouste Gulbenkian, abrir um seminário sobre 'Europa e Cultura' e pugnar por 'uma cultura de modernidade, de desenvolvimento e progresso, de solidariedade e igualdade de oportunidades contra a exclusão, de universalidade contra os nacionalismos agressivos, de respeito pelas minorias, contra o racismo, a xenofobia e a discriminação'. O presidente da República defendeu 'uma cultura de humanização da cidade, de defesa do ambiente e do património, de preservação da memória e da identidade; uma cultura de pensamento crítico e da razão, contra o fanatismo, o medo, o irracionalismo e a superstição; uma cultura onde a educação e a investigação tenham lugar, onde a consciencialização e a responsabilidade sejam exigência; uma cultura de seriedade e transparência políticas, que combata a corrupção e seja factor de diálogo entre continentes, civilizações, culturas, religiões e povos.' Na Gulbenkian, Jorge Sampaio sugeriu que o grande desafio para a Europa do próximo século é 'restabelecer um equilíbrio cultural face à universalidade e à simultaneidade da comunicação', sobretudo do audiovisual, 'central na definição de uma política de cultura', defendendo em conformidade, o serviço público de televisão, que, potencialmente, 'pode ter um papel decisivo na garantia do pluralismo, na preservação dos direitos das minorias, na formação do espírito cívico, na democratização da cultura, no estabelecimento de padrões de qualidade e de inovação de que não devemos, nem queremos, abdicar'.

Em Fornos de Algodres, uma criança de 10 anos foi regada com gasolina e queimada pela amante do pai.

Na zona mais oriental de Lisboa abriu a Expo'98, Exposição Mundial dos Oceanos, provavelmente o feito português mais visível dos últimos anos. Aquele que mais poderá projectar o nome de Portugal no Mundo. Este exposição vai estar aberta ao pública até Setembro. A Expo' 98 'obrigou' à inauguração da estação ferroviária do Oriente e à primeira ligação, por auto-estrada, a Espanha. É a Norte, via Valença.


  
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Edição:

N.º 69
Ano 7, Junho 1998

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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