A acessibilidade à informação e o modo como lidamos com ela tem vindo a modificar-se ao longo dos tempos, alterando os hábitos regulares de consumo: blogues, jornais digitais, SMS, e-mails, microblogging, sites e portais, bem como revistas e livros digitais, são hoje a fonte principal de informação na maioria dos países europeus.
Em Portugal, a televisão continua a ter um papel privilegiado a este nível; de qualquer modo, também se nota a menor procura de informação nas publicações tradicionais, em suporte de papel.
Além dos computadores, mais ou menos portáteis, foram chegando às nossas casas e fora delas os smartphones, os leitores de mp3 e os tablets, que permitem aceder à informação sobre a forma de áudio, vídeo ou escrita. Em Portugal, na última década, os agregados domésticos com computador duplicaram, com ligação à internet quadruplicaram e com ligação via banda larga aumentaram cerca de dez vezes.
A nível de telemóveis, em 2009, existiam 15.300.000 assinantes de serviços móveis terrestres no nosso país. E o número de SMS enviadas por habitante aumentou 1.200 vezes na última década.
Também nas redes sociais se tem verificado uma explosão quanto ao número de utilizadores únicos, bem como quanto ao número de páginas visitadas e o tempo de acesso nestas plataformas. E se há quem se sinta infoexcluído se não tiver uma conta nas redes mais visitadas, é interessante lembrar que a sua existência é relativamente recente (menos de dez anos): o Facebook iniciou a atividade em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter em 2006, por exemplo.
Numa altura em que a informação está omnipresente nos espaços reais e virtuais e não tem hora marcada (o recetor é que define quando quer expor-se a ela), existe uma grande diversidade de canais de informação proporcionada pela tecnologia e é cada vez menos de um para um ou de um para todos e cada vez mais de todos para todos, como de uma verdadeira rede se tratasse, estarão os profissionais de saúde e os docentes a utilizar os recursos que realmente importam quando se dedicam à saúde escolar, em geral, e ao marketing social em saúde, em particular?

Nuno Pereira de Sousa