“O jornal é um instrumento de ligação e abertura à comunidade; uma forma de descoberta da actualidade, local, nacional ou internacional; um meio de dar voz aos diferentes actores da comunidade educativa, mas sobretudo aos alunos, para debaterem problemas e ideias, expressarem opiniões, enfim, aprenderem a cidadania”.
Consequência do trabalho que vem realizando desde há 20 anos, o projecto Público na Escola promove anualmente o Concurso Nacional de Jornais Escolares, cuja edição deste ano está a entrar na fase decisiva.
Este ano, o concurso associou-se às comemorações do centenário da implantação da República, sugerindo que a efeméride seja objecto de um tratamento privilegiado na imprensa escolar. O centenário pode ser aproveitado para promover ou aprofundar a participação na vida pública dos alunos dos ensinos Básico e Secundário, instando-os a um envolvimento mais activo na produção de jornais e revistas que tragam uma nova energia cívica à vida dos estabelecimentos de ensino e das comunidades em que se inserem.
Eduardo Jorge Madureira realça o carácter verdadeiramente nacional do concurso – que tem uma maior participação na zona Norte do país – e revela que são os concelhos de Matosinhos e do Funchal que têm mais jornais premiados. Destaca a excelente participação das Regiões Autónomas e vários exemplos de autarquias que acarinham e apoiam a imprensa escolar, colocando anúncios, atribuindo subsídios ou promovendo outras formas de colaboração.
Para a participação no concurso, 2 de Julho é a data-limite para o envio dos materiais: exemplares dos jornais (no mínimo, três edições) e relatório. Depois, até ao final de Outubro, terá lugar a divulgação dos jornais premiados, que concorrem em três escalões: 1) agrupamentos de estabelecimentos dos ciclos iniciais do Ensino Básico e de Educação Pré-Escolar; 2) escolas secundárias e profissionais; 3) jornais electrónicos.
Além da distinção dos melhores jornais em cada escalão, são atribuídos os prémios Ciência Viva, de design, de cartoon/ilustração e para o melhor tratamento do centenário da República – se todos forem atribuídos, o concurso distribuirá prémios no montante total de 24.000 €. Os jornalistas vencedores participarão, também, numa visita guiada ao Palácio de S. Bento e, na ocasião, receberão livros e objectos editados pela Assembleia da República.
Desde 2000, o Concurso Nacional de Jornais Escolaresjá atribuiu 279 prémios e menções honrosas, distinguindo 161 publicações dinamizadas por alunos e docentes de todos os níveis de educação/ensino e de todos os tipos de estabelecimentos, públicos e privados – entre os concorrentes distinguidos, encontram-se um centro de recursos, um estabelecimento prisional, um serviço técnico de educação de deficientes intelectuais, uma escola britânica e um liceu de Bissau.
O concurso é apoiado pelo Ministério da Educação, agência Ciência Viva, Porto Editora e Centro Português de Design. Anualmente, o Museu Nacional da Imprensa (no Porto) realiza uma exposição dos jornais participantes.
OBJECTIVOS
1. Estimular a prática de um jornalismo escolar crítico e imaginativo, alargando-o a um número maior de escolas e com redobradas preocupações de qualidade
2. Aumentar a importância da utilização dos jornais escolares no processo de ensino/aprendizagem e na construção da identidade das escolas
3. Fazer dos jornais escolares um instrumento cívico para a discussão de temas relevantes para a comunidade escolar e para a promoção de relações entre a escola e o meio envolvente, designadamente as famílias, as colectividades, as instituições e as autarquias
4. Aprofundar o conhecimento das virtualidades e limitações da actividade jornalística
5. Contribuir para o desenvolvimento da Educação para os Media
6. Promover a utilização das tecnologias da informação e da comunicação na produção de jornais escolares
7. Utilizar o jornal escolar como um instrumento de divulgação científica
José Paulo Oliveira
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