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Engenheiro americano acusado de espionagem para Israel é preso nos EUA

Um americano com acesso a instalações militares dos Estados Unidos foi detido depois de ter passado, durante 20 anos, informações sobre armas nucleares para Israel, anunciou nesta terça-feira a procuradoria de Nova York.
O engenheiro mecânico Ben-Ami Kadish, que era funcionário num arsenal de Dover, tinha acesso à documentação militar, que ele fotografava e enviava para Israel.
Entre os 50 a 100 documentos entregues entre 1979 e 1985 a Israel pelo espião, figuravam informações relacionadas com armas nucleares e classificadas como de divulgação restrita. Por intermédio de um funcionário do consulado israelita em Nova York, Kadish também passou dados sobre caças F-15 que os Estados Unidos venderam para outro país e sobre o sistema de defesa de mísseis Patriot, também considerados "secretos" pelo Exército dos Estados Unidos.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey, comentou que "esse tipo de actividade, tendo ocorrido no passado ou no presente, não é o que esperamos de um país amigo, ou aliado, e não esperávamos isso de Israel".
Casey acrescentou que o governo americano pedirá explicações a Israel. "Vamos falar disso com os israelitas, se é que já não o fizemos", destacou.
Segundo o porta-voz, o caso está de alguma forma relacionado ao de outro espião, Jonathan Pollard, que actualmente cumpre prisão perpétua nos EUA por ter espionado o Pentágono para Israel nos anos de 1980.
Pollard, um oficial da Marinha americana, entregou milhares de documentos a Israel, por intermédio do mesmo contacto usado por Kadish, denunciou a procuradoria.
Kadish levava os documentos para a sua casa de Nova Jersey, onde o funcionário israelita, não identificado e empregado como "cônsul para Assuntos Científicos", fotografava o material para transmiti-los para o Estado hebreu.
O engenheiro, que compareceu nesta terça-feira perante um juiz, é acusado de ter fornecido documentos militares classificados a Israel e, finalmente, por "ter agido como um agente do governo de Israel", explica o comunicado.
O homem foi solto sob fiança de 300.000 dólares, além de entregar o seu passaporte e estar com circulação limitada a Nova Jersey e ao distrito sul de Nova York.  Segundo a procuradoria, o espião, hoje com 84 anos, reconheceu diante dos agentes federais ter entregue documentos a Israel.
O funcionário israelita contactava o engenheiro regularmente para lhe apresentar listas de documentos que Israel queria obter. Depois, Kadish conseguia os papéis no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia do Exército de Dover, onde trabalhou entre 1963 e 1990.
Kadish viajou para Israel em 2004 e voltou a contactar o ex-funcionário consular.
Mais recentemente, ao saber que o seu informante era investigado pelo FBI, o israelita telefonou-lhe, em 20 de Março passado, para convencê-lo a "mentir às autoridades americanas", completou a procuradoria.

AFP


  
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Edição:

N.º 178
Ano 17, Maio 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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