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Educação a distância, aprendizagem e futuro

Há uma rápida e crescente disseminação de cursos de Educação a Distância pelo mundo, nas suas diferentes modalidades e níveis. Existem muitos aspectos positivos e negativos no entorno desses cursos. Apesar da complexidade que contempla o binômio ensino - tecnologia, não podemos deixar de levantar alguns pontos sobre aquilo que tende a ser o futuro da educação formal.
Neste artigo, apresento algumas questões provocativas que nos permitem refletir um pouco sobre dois temas.
O primeiro refere-se à avaliação. Afinal, avaliação também é aprendizagem e não uma simples medição valorativa de algo executado. Quando se avalia nos ambientes tecnológicos, por exemplo, como são captados os aspectos subjetivos, o reconhecimento do esforço tácito do aprendiz, os enganos que são cometidos por causa da máquina etc? As possibilidades do processo avaliativo nos cursos de educação a distância se ampliam na disponibilidade de diferentes espaços para as diversas formas de manifestação entre alunos e professores (fórum, chat, portfólio, diários, mapas conceituais, sínteses etc.). No entanto, só o elemento estrutural não basta. Há que ter nesse meio a sensibilidade. Mas como?
O segundo tema refere-se ao papel do professor. Posso arriscar a dizer que o futuro não reserva espaço para o professor com as características atuais, e muito menos para escolas com as estruturas físicas que hoje conhecemos. No futuro, talvez professores e escolas não sejam mais vistos. Presenciamos avanços muito grandes nas pesquisas sobre robótica e inteligência artificial na busca da autonomia dos aprendizes. Talvez tenhamos um futuro com ambientes de aprendizagem sem professor, nos quais as estruturas cognitivas dos aprendizes sejam estimuladas ao desenvolvimento por meio de uma conexão individual mais direta e interativa com o computador. Alguém duvida dessa possibilidade?
Vejo muitas opiniões fortes em defesa do professor, da importância que tem e que "sempre terá". E se a linha de pensamento da sociedade futura nos induzisse para tão somente utilizar uma parte do "papel" desempenhado pelo professor no processo de aprendizagem? Afinal, quando o aprendiz está sem o professor, alguém ou alguma coisa desempenha (bem ou mal) "o seu papel". E se aceitarmos e recebermos essas novas instâncias de aprendizagem como "boas alternativas formais" no futuro? E se a sociedade aceitar que "o papel de professor" seja desempenhado pela tecnologia? Creio que as funções dos professores e das escolas já estão sofrendo rupturas e que parte dessas funções já estão sendo outorgadas a outras instâncias, inclusive aos ambientes virtuais de aprendizagem. Afinal, no futuro, haverá necessidade de muitos professores ou de apenas uma síntese de suas funções representadas, inseridas e integradas nos ambientes tecnológicos de aprendizagem? Calma! Como disse anteriormente, são apenas provocações.

Júlio César Castilho Razera


  
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Edição:

N.º 177
Ano 17, Abril 2008

Autoria:

Júlio César Castilho Razera
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Brasil
Júlio César Castilho Razera
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Brasil

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