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Bush "chora" os 4.000 soldados americanos mortos no Iraque

George W. Bush "lamentou" o facto de que o número de militares americanos mortos no Iraque tenha chegado a 4.000, mas afirmou continuar concentrado apenas no sucesso da missão, anunciou a Casa Branca.
Apesar dos 4.000 mortos e da impopularidade da guerra nos Estados Unidos "não é improvável" que o presidente americano decida suspender temporariamente a redução do contingente militar americano, informou a sua porta-voz, Dana Perino.  
Menos de uma semana depois de os Estados Unidos terem recordado o quinto aniversário de uma guerra que, na opinião de dois terços dos americanos, não valia a pena, o número dos seus compatriotas mortos no Iraque ultrapassou a marca dos 4.000 no dia 23 de Março, quando quatro soldados faleceram na explosão de uma bomba.  
A Casa Branca tentou minimizar o impacto psicológico desta marca insistindo no valor que cada uma dessas vidas têm para o presidente Bush. ?"Claro que ele está triste. Ele chora por cada uma dessas vidas perdidas, da primeira às de hoje", afirmou Perino. No entanto, ele assume "a responsabilidade das decisões que tomou" e segue comprometido com o sucesso da missão americana no Iraque. Segundo a porta-voz, os parentes das vítimas querem que ele continue a missão.
No dia do quinto aniversário da guerra, Bush admitiu o "preço elevado em vidas e em dinheiro" pago desde Março de 2003. "Esses custos americanos são necessários", frisou, não referindo as centenas de milhares de civis iraquianos mortos, feridos ou refugiados em consequência da guerra por si iniciada. 
Muitos observadores perguntam agora se Bush continuará a reduzir o contingente depois do mês de Julho e nos últimos meses da sua presidência. Ou se a guerra do Iraque tenderá a ser privatizada à custa da troca de soldados por mercenários contratados por empresas privadas.
Bush já avisou que ouvirá as opiniões do comandante das forças americanas no Iraque, o general David Petraeus, e do embaixador dos Estados Unidos em Bagdad, Ryan Crocker. Petraeus e Crocker devem apresentar o seu relatório sobre a situação no Iraque ao Congresso nos dias 8 e 9 de Abril.
A porta-voz da presidência reforçou a ideia de que Bush seguirá o conselho do general Petraeus e fará, depois de Julho, uma pausa de algumas semanas na redução dos efectivos. Ela lembrou que Bush afirmou que nada fará que possa afectar o que o presidente considera «os ganhos obtidos no Iraque em matéria de segurança».
Dizendo-se também muito afectados, os dois candidatos democratas à sucessão de Bush, Barack Obama e Hillary Clinton, aproveitaram a notícia da ultrapassagem da barreira dos 4.000 militares americanos mortos para reiterar a intenção de acabar com a guerra no Iraque se forem eleitos.

AFP


  
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Edição:

N.º 177
Ano 17, Abril 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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