ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
A bacia do mediterrâneo é uma das regiões do mundo mais susceptíveis às alterações climáticas e os cientistas prevêem que a manter-se o ritmo actual de emissões de dióxido de carbono os dias mais quentes da actualidade serão os mais frescos no final do século XXI. Os dados constam de um estudo publicado na edição de 15 de Junho da revista Geophysical Research Letters, conduzido por Noah Diffenbaugh, professor da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, segundo o qual o número de dias de calor intenso aumentará, até 2100, entre 200 e 500 por cento, o que equivale a mais 49 dias de calor intenso em Paris, 48 em Atenas e Valência e 55 em Telavive. Para determinar estes números, os cientistas construíram um modelo matemático através do qual conseguem medir o impacto do aquecimento global em áreas muito localizadas, tendo encontrado variações significativas entre as diferentes regiões do Mediterrâneo. Anualmente, serão registados mais 40 dias em que o índice de calor atingirá níveis perigosos nas regiões costeiras de Espanha e Portugal, no sul da Itália e em boa parte das margens sul e leste do Mediterrâneo. No interior da Espanha e no sul da França registar-se-ão entre 20 a 30 dias de calor perigoso para além do normal, enquanto boa parte da Europa sofrerá entre 10 e 15 dias com este índice elevado de temperatura. O estudo concluiu ainda que se as emissões de dióxido de carbono forem reduzidas de forma significativa será possível mitigar a intensidade das ondas de calor, "mas as temperaturas elevar-se-ão sempre a um ponto em que constituirão uma ameaça para a saúde humana, a agricultura e a estabilidade económica", alerta Diffenbaugh.
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