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Bombas de fragmentação vitimam principalmente crianças
O I Fórum Intergovernamental sobre Bombas de Fragmentação, realizado no final do mês passado em Lima, capital do Peru, terminou com um apelo dos setenta países participantes no sentido de banir este tipo de armamento dos cenários de guerra. Este encontro segue-se à Declaração de Oslo, subscrita por 46 países, cujo objectivo é conduzir negociações que levem à assinatura, em 2008, de um tratado para a proibição das bombas de fragmentação em todo o mundo.
As bombas de fragmentação, consideradas altamente mortíferas e uma ameaça em larga escala, têm muitas vezes a aparência de brinquedos e constituem uma ameaça sobretudo para as crianças, atraídas pelas cores brilhantes e chamativas deste tipo de dispositivos. Estes explosivos abrem-se antes de tocar no solo e libertam centenas de pequenas bombas que se dispersam sobre extensas áreas, mais além de seu alvo, envolvendo uma área de vários campos de futebol.
Gebran Michel Soufan, representante permanente libanês nas Nações Unidas, explicou que no Líbano, onde se calcula que existam cerca de 1,2 milhões de bombas de fragmentação não detonadas no sul do país - deixadas pelo exército israelita após a invasão de 2006 - estes explosivos encontram-se espalhados em campos, jardins, ruas ou na proximidade de escolas, estando na origem de inúmeros acidentes mortais envolvendo crianças.
Um panorama semelhante foi denunciado por San Sotha, representante do Cambodja à conferência, explicando que o seu país vive um drama permanente causado por diversas bombas de fragmentação que não explodiram quando os Estados Unidos as lançaram nos anos 70 durante a guerra do Vietname.
Segundo Sotha, cerca de vinte milhões de bombas de fragmentação foram lançadas nessa altura sobre o território cambojano, tendo muitas delas ficado enterradas por décadas e transformando-se em autênticas minas anti-pessoais, na sua maioria activadas por civis.
Sotha afirmou a urgência de se elaborar um tratado internacional para proibir a produção, transferência, comercialização, uso e armazenamento destas armas, fazendo um apelo à comunidade internacional para a necessidade da sua desactivação e remoção, tanto no seu país como em outras regiões afectadas pelo mundo fora.

  
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Edição:

N.º 168
Ano 16, Junho 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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