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Blair enfrenta processo pela guerra no Iraque... mas no teatro

AJUSTE DE CONTAS

LONDRES, 26 Abril - No momento em que Tony Blair prepara a sua despedida de Downing Street, após 10 anos no poder, actores britânicos levam o primeiro-ministro ao banco dos réus por "crime de agressão" contra o Iraque.
"Ajuste de Contas: o processo de Anthony Charles Lynton Blair pelo crime de agressão contra o Iraque. Uma audiência", peça que acabou de estrear no teatro Tricycle, no norte de Londres, examina os motivos que levaram Blair a enviar tropas para o Iraque em conjunto com Washington.
Nas duas horas e 10 minutos de duração da peça, as testemunhas submetem-se às perguntas do promotor. Os actores basearam-se nas gravações de declarações prestadas, como se fosse um julgamento real, a dois advogados: o de acusação, Philippe Sands, que, ironicamente, é parceiro da secretária de Cherie Booth, mulher de Blair, e o de defesa, Julian Knowles.
O que está em jogo é se há fundamento suficiente para processar Blair pelo crime de agressão, segundo o estipulado pelo direito internacional.
O cenário é simples: há uma mesa, onde estão sentados de um lado o advogado de acusação e o seu assistente, e do outro o de defesa e o seu assistente. Diante deles, aparecem as testemunhas, uma de cada vez, falando com naturalidade. (...)
No fim, o advogado de Blair e o promotor, apresentam as suas alegações finais. "As provas demonstram claramente que Blair tem que ser responsabilizado" pela agressão ao Iraque, declara Sands, enquanto a defesa cita o presidente cubano Fidel Castro, quando em 1953 disse: «condenem-me, não importa. A historia me absolverá».
O público, que parece fazer o papel de júri, deixa o local, pensando em tudo o que viu e ouviu e julgando, interna ou abertamente, se condenaria ou não Tony Blair.


  
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Edição:

N.º 167
Ano 16, Maio 2007

Autoria:

Ana Maria Echeverria

AFP
Agence France-Presse
Ana Maria Echeverria

AFP
Agence France-Presse

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