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Teólogo Leonardo Boff adverte que capitalismo ameaça o ser humano

TEOLOGIA da LIBERTAÇÃO 

O filósofo e teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos expoentes da Teologia da Libertação, advertiu recentemente que o desenvolvimento do sistema capitalista, que, segundo ele, submeteu os recursos naturais do planeta a uma exploração brutal, poderá levar ao desaparecimento da espécie humana. "Há 300 anos que vivemos num sistema que explora sistematicamente todos os recursos da terra e esta já não aguenta mais", declarou Boff, encarregado de dar uma aula magistral de início do ano lectivo de 2007 da Universidade da Costa Rica.
Apesar do pessimismo, Boff afirmou que o ser humano ainda tem possibilidade de mudar o rumo do planeta, "voltando às suas origens, à espiritualidade, que não é a mesma coisa que a religião, porque a espiritualidade está baseada na cooperação e na solidariedade".
Boff afirmou que o primeiro passo é colocar "um travão político" ao desenvolvimento baseado na depradação. Depois, é preciso colocar um fim à indústria do armamento e dar um passo em direcção à "verdadeira unidade da família humana" para combater a pobreza e a desigualdade.
O teólogo brasileiro enfatizou que apenas 1,6 mil milhões de seres humanos conseguiram resolver as suas necessidades básicas, existindo outros cinco mil milhões que continuam "submersos na miséria e na desesperança".
Leonardo Boff, de 68 anos, também ex-sacerdote, foi condenado ao silêncio em 1985 pelo agora Papa Bento XVI que, na época, era Prefeito da Doutrina da Fé.


  
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Edição:

N.º 166
Ano 16, Abril 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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