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DVD de alta definição, já?
Falta ao cinema em casa uma qualidade de imagem digna do seu nome. A chegada ao mercado dos écrans planos de grande formato de plasma ou de cristais líquidos (LCD) resolveu o problema do tamanho mas revelou os limites do DVD actual lançado em 1996. Os industriais preparam há vários anos a solução com o DVD de alta definição. E os primeiros leitores foram comercializados no fim do ano passado. Para já, não parece razoável ceder à tentação de uma imagem que enfim apanhe a mesma qualidade de som que os sistemas multicanais, Dolby ou DTS. Várias razões jogam a favor da paciência.
Em primeiro lugar a guerra dos formatos tornam a escolha, no mínimo, delicada. Bli-Ray ou HD-DVD? Adivinha-se uma luta sem quartel entre os grupos em presença, Sony e Toshiba, respectivamente. As lições do passado com a batalha entre o Betamax da Sony, o VHS da JVC e o V2000 da Philips, no fim dos anos 70, ficaram gravadas na memória dos consumidores, enquanto os fabricantes parecem sofrer de amnésia. A vitória de um dos campos não está na qualidade do produto, mas sim num jogo de marketing, de relações com os editores de filmes e da reacção do mercado. Hoje, ainda é cedo para se saber qual vai ser o vencedor da batalha. O investimento implica além do leitor os próprios DVD, incompatíveis entre si. A situação deve evoluir rapidamente. Vários cenários se perfilam. Um dos formatos pode, bem entendido, impor-se. Mas não é impossível que leitores mistos Blu-Ray/HD-DVD apareçam já este ano. Os coreanos da Samsung e LG estão a trabalhar nisso. Por fim, a passagem ao DVD HD coloca um problema delicado que é o das videotecas já constituídas com os DVD normais. Será necessário, uma vez mais, comprar os títulos já comprados? Para além do custo da operação, hoje é impossível realizara-la. O número de filmes em HD disponíveis em França não chega aos cinquenta e entre nós penso que não há nenhum.
Neste contexto, os leitores de DVD que oferecem a possibilidade de melhorar a qualidade da imagem dos DVD clássicos graças à função dita de "upscalling" pode ser sedutora. Estes aparelhos, que se podem encontrar com um preço próximo dos 350 euros, aumentam artificialmente a definição da imagem. O resultado torna pouco perceptível a diferença com DVD HD num formato menor ou igual às 42 polegadas, o que representa a grande maioria das vendas dos écrans planos feitas até hoje. De facto, a alta definição dirige-se sobretudo aos tamanhos muito grandes nos quais a imagem actual não é minimamente aceitável. Existem, pois, poucas razões válidas para nos convertermos, pelo menos para já. A situação deve clarificar-se durante este ano. Por isso, a hora é de paciência.

  
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Edição:

N.º 165
Ano 16, Março 2007

Autoria:

Paulo Teixeira de Sousa
Escola Secundária Especializada de Ensino Artístico de Soares dos Reis, Porto
Paulo Teixeira de Sousa
Escola Secundária Especializada de Ensino Artístico de Soares dos Reis, Porto

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