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Conselho Europeu diz que Guantanamo é uma vergonha para os Estados Unidos
O secretário-geral do Conselho Europeu, Terry Davis, pediu recentemente às autoridades americanas que encerrem de imediato o campo de detenção de Guantanamo, em Cuba, que constitui, segundo este responsável, "uma violação flagrante dos direitos humanos e uma vergonha para os Estados Unidos". Davis acrescentou que "todas as pessoas suspeitas de actividades terroristas deveriam ser colocadas, tal como prevê a lei internacional, à disposição de um tribunal e, em caso de provada a sua inocência, serem libertadas".
A declaração coincide com o quinto aniversário da chegada dos primeiros
prisioneiros da "guerra contra o terrorismo" à base americana de Guantanamo, onde Washington mantém detidos quase 400 suspeitos de terrorismo desde 11 de Janeiro de 2002. A maioria destes detidos foi capturada no Afeganistão no final de 2001. Cinco anos depois, vinte muçulmanos de origem europeia que se encontravam detidos naquele local viram retiradas as acusações contra si. No entanto, denunciam as violações aos direitos humanos de que afirmam ter sido vítimas.
Em 2004, o Federal Bureau of Investigation (FBI, polícia federal) enviou um questionário a cerca de 500 agentes destacados na base americana desde 2001, questionando-os sobre se tinham testemunhado maus-tratos infligidos aos prisioneiros. Um total de 26 guardas respondeu afirmativamente. Estes documentos, classificados como confidenciais, foram tornados públicos no mês passado.
"Não se pode vencer a guerra contra o terror com prisões secretas, com a
tortura, com tratamentos desumanos e degradantes, com a detenção de pessoas deixadas num limbo jurídico e privadas de salvaguardas que são as bases do nosso sistema jurídico e da nossa democracia", referiu a este propósito Terry Davis, sublinhando que "o recurso a estes métodos faz o jogo dos terroristas, que desejam que renunciemos ao que temos de fundamental e que define os contornos dos nossos princípios de liberdade".
No mesmo dia, cerca de 300 militantes da Amnistia Internacional protestaram diante da Estátua da Liberdade, em Paris, vestidos com roupas cor de laranja e máscaras brancas, tal como os prisioneiros de Guantanamo, exigindo igualmente o encerramento da prisão americana.

  
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Edição:

N.º 164
Ano 16, Fevereiro 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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