Números macabros
|
Durante o mês de Outubro foram mortos 3709 civis no Iraque, número que bate o anterior recorde, atingido em Julho do corrente ano, quando se contabilizaram 3590 civis mortos. O "recorde" de Outubro (número "auditado" por relatório da ONU) corresponde a uma média de 119 mortos por dia, e contempla as dezenas de cadáveres que a polícia encontra diariamente. De acordo com relatórios da ONU, citados pela generalidade da Imprensa, "dezenas de corpos de pessoas aparentemente executadas, com as mãos cortadas, os olhos vendados e com claros sinais de tortura continuam a aparecer em diferentes zonas de Bagdade", a maioria dos quais de pessoas da população civil, sem ligações a quaisquer grupos beligerantes. Em entrevista concedida ao novo canal, em inglês, da televisão Al-Jazira, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, admitiu, indirectamente, que a invasão do Iraque pela coligação internacional tem sido "bastante desastrosa", posição mais tarde amenizada pelo seu porta-voz que disse Blair "estava (apenas) a aceitar a pergunta de forma educada antes de expor o seu ponto de vista". O general da NATO James Jones, comandante da Força Internacional de Assistência e Segurança no Afeganistão, actualmente com 32 mil soldados, pede um reforço de 2500 efectivos, helicópteros novos e mais equipamento de transporte e reconhecimento para poder cumprir a missão de eliminar as bolsas de resistência taliban. Este oficial superior admitiu, recentemente, que a NATO subestimou a resistência das milícias leais ao regime taliban, derrubado no Outono de 2001 pela ofensiva norte-americana. Esta força da Aliança Atlântica no Afeganistão integra os cerca de doze mil militares norte-americanos que faziam parte da força autónoma que entrou no país na sequência do 11 de Setembro. No conflito entre Israel e a Palestina, a notícia mais mediática foi a do "erro" israelita em Beit Hanoun, de 8 de Novembro, onde o exército alvejou civis matando 18 pessoas, incluindo mulheres e crianças. O Conselho de Segurança das Nações Unidas manifestou-se muito preocupado com a situação gerada, mas as críticas não travaram a acção militar israelita.
|
|
|
Ficha do Artigo
|
Imprimir
|
Abrir como PDF
|
|
Edição:
Ano 15, Dezembro 2006
|
Autoria:
Jornalista do Jornal de Notícias
Jornalista do Jornal de Notícias
|
Partilhar nas redes sociais:
|
|
|