A REVOLUÇÃO COME OS FILHOS
Antigos membros da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que lutaram contra Portugal pela independência do seu país, exigem melhores condições de vida e consideram-se esquecidos pelos novos dirigentes do partido no poder. Membros da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) exprimiram publicamente o seu descontentamento durante as cerimónias do dia da vitória (7 de Setembro) que marca a assinatura dos acordos de Lusaka assinados em 1974 entre Portugal e a Frelimo. Queremos beneficiar da independência nacional, declarou à AFP um membro da ACLLN. A independência conseguida após dez anos de luta armada «só aproveita a certos oportunistas infiltrados na Frelimo após a morte de Samora Machel», denunciou Henriques Madebe membro da ACLLN e major das forças da reserva nacional. «Estes indivíduos acabaram por se tornar as grandes figuras em detrimento dos verdadeiros combatentes da luta de libertação nacional que vagueiam pelas ruas das cidades em total sofrimento», sublinhou. Eduardo Nihia, também ex-combatente e conselheiro do presidente Armando Guebuza, reconheceu a situação difícil de numerosos veteranos da luta de libertação nacional, mas afirma que a culpa não é das autoridades no poder. «O essencial é a liberdade conquistada e não os postos-chave nos diferentes sectores de actividade», acrescentou. A independência de Moçambique foi proclamada em 25 de Junho de 1975, tendo como seu primeiro presidente Samora Machel, líder e chefe militar da Frelimo.
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