De acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), os países desenvolvidos que enfrentam os desafios da imigração deverão investir mais na aprendizagem dos jovens imigrantes de primeira e de segunda geração e apoiá-los em particular na aprendizagem da língua do país de acolhimento. Apoiado em estatísticas retiradas do estudo PISA 2003, o documento, intitulado "Onde tem êxito os estudantes imigrantes", examina à lupa os desempenhos em leitura e matemática dos alunos de origem estrangeira por comparação com os colegas nacionais em 14 Estados membros da OCDE com elevada percentagem de população imigrante, e em três países associados (Hong Kong, Macau e Rússia). "À escala mundial, no ano 2000, quase 175 milhões de pessoas viviam fora do seu país de origem, o que representa um acréscimo de 46 por cento face a 1990", lembra a OCDE. "O processo de integração dos imigrantes na sociedade representa um grande desafio, tanto para os próprios imigrantes como para as maiorias que os recebem", refere ainda a organização. No entanto, acontecimentos como a recente crise nos subúrbios de Paris e os graves incidentes numa escola de Berlim demonstram a dificuldade em controlar este processo. O estudo reconhece que "apesar das dificuldades, como o contexto familiar, económico e escolar desfavorável, e o uso de línguas diferentes na escola e em casa, os alunos imigrantes mostram geralmente capacidades de aprendizagem mais positivas do que os seus colegas?. Porém, apesar deste entusiasmo, existe uma diferença significativa nos desempenhos, como é caso da matemática. Nesta área, todos os alunos nacionais alcançam um nível de conhecimentos (2, numa escala de um a seis) considerados indispensáveis para os estudos e a vida profissional, mas mais de 40 por cento dos imigrantes de primeira geração estão abaixo desta meta na Bélgica, França, Noruega e Suécia. Em mais da metade dos países da OCDE, mais de 25% dos estudantes imigrantes de segunda geração (nascidos no país de acolhimento) não alcançam este nível básico. Na Alemanha, a proporção chega aos 40 por cento. Para ultrapassar este constrangimento, a OCDE considera "vital" reforçar o apoio linguístico e dar condições aos imigrantes para dominarem a partir da escola a língua do país de acolhimento.
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