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Mercados populares de Hugo Chávez bem vistos pela população

Os mercados populares Mercal, um dos mais emblemáticos planos sociais do presidente venezuelano Hugo Chávez, irão aumentar a sua quota de venda de três milhões de toneladas de alimentos este ano para oito milhões até 2006. Apesar das acusações de concorrência desleal por parte do sector privado do país, Chávez já afirmou que o programa "tem garantido alimento à mesa dos venezuelanos nos últimos dois anos".
A rede Mercal é composta por mais de 14 mil pontos de venda, que vão desde hipermercados a pequenos estabelecimentos em bairros populares, cujos produtos são maioritariamente produzidos por cooperativas de produtores nacionais, oferecendo igualmente produtos provenientes de países vizinhos, como o Brasil, a Argentina e a Colômbia, sem recurso a intermediários, diminuindo o preço final até uma margem de 50 por cento. Cerca de metade dos 26 milhões de venezuelanos fazem aqui as suas compras.
Criada em Abril de 2003, a rede Mercal é um dos programas sociais geridos pelo governo venezuelano com o objectivo de dar resposta aos mais pobres em áreas como a saúde, a educação e a alimentação. Segundo uma recente sondagem do Instituto Nacional de Estatísticas, mais de 70 por cento da população considera o Mercal e o Barrio Adentro (missão de saúde em bairros populares) como medidas positivas adoptadas pelo governo.
Esta rede de supermercados populares, no entanto, não agrada a todos. A associação empresarial Fedecameras e os donos dos estabelecimentos privados denunciam a existência de "concorrência desleal", acusando o Mercal de não pagar direitos alfandegários e impostos e dos seus produtos serem subsidiados.
?O Mercal tem vantagens que nós não temos", afirma o presidente da associação de supermercados Ansa Javier Macedo, alegando que ele não é alvo de controlo e que parte das verbas investidas pelo governo desaparece nos meandros da corrupção.
O porta-voz do Conselho Nacional do Comércio, Nelson Maldonado, diz, por seu lado, que "o Mercal poderá sustentar-se enquanto o preço do petróleo continuar em alta, mas quando o país não puder continuar a mantê-lo aparecerão graves problemas".


  
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Edição:

N.º 151
Ano 14, Dezembro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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