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Raparigas e rapazes mais perto de atingirem igualdade no acesso à escola

COISAS DE GÉNERO

A taxa de escolarização do sexo feminino está a aumentar e a disparidade entre os géneros tem vindo a reduzir-se, afirma um relatório da Unicef publicado no final do mês passado, intitulado "Progresso para as crianças", que faz o balanço da escolarização do ensino básico e secundário no mundo.
A Unicef assinala que tem havido ?desenvolvimentos notáveis? no que se refere à igualdade de oportunidades no ensino básico ? dos 180 países cujos dados foram disponibilizados, 125 deverão garantir a plena igualdade ainda este ano ?, com um índice calculado em 0,96 pontos, ou seja, 96 raparigas por cada cem rapazes.
Mas esta média mundial mascara enormes desigualdades. Em três regiões do mundo (Médio Oriente e norte de África, sul da Ásia e África Ocidental e Central), o índice desce aos 0,95. A paridade entre os sexos é uma etapa indispensável para se atingir a cobertura universal do ensino básico no mundo até 2015. Segundo projecções da Unesco, o número de crianças que não frequenta a escola poderá baixar dos 115 milhões registados em 2001 para 100 milhões este ano.
"As raparigas que não vão à escola correm um risco maior de ficarem infectadas com o vírus da Sida e terão mais dificuldades em garantir a saúde da família? refere Carol Bellamy, directora-geral da Unicef, acrescentando que, nos países em desenvolvimento, cerca de três quartos das crianças que abandona precocemente o ensino básico provém de uma família em que a mãe nunca frequentou a escola.
Ao ritmo actual, a maior parte dos países de regiões como o Médio Oriente e o norte de África, Sudoeste Asiático e América Latina e Caraíbas deverão garantir a escolarização universal até àquela data. Porém, a maior parte dos países da África sub-sahariana e muitos países do sul da Ásia terão de fazer grandes esforços para atingir a mesma meta.
Na África Ocidental e Central, a taxa de escolarização não ultrapassava os 55% em 2001. Apesar de a situação no sul da Ásia poder ser considerada melhor, é aqui que se concentra a maior parte dos 42 milhões de crianças e jovens que não frequentam a escola, o que representa 36,7% do total. A pobreza, a alta incidência do vírus da Sida, os conflitos civis e o trabalho infantil são algumas das principais causas para este desastre.


  
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Edição:

N.º 145
Ano 14, Maio 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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