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Boa Educação é também função da família

Vivemos na onda do hedonismo e do imediatismo. Estamos perdendo a prática de ações que até pouco tempo atrás, eram comum em nosso relacionamento com os filhos.

Nos tempo atuais parece que a máxima «educação vem de berço» se perdeu com a globalização da vida familiar. Não quero ser radical e sei que como eu, outras mães se preocupam muito, com a boa educação de seus filhos. Porém, observando as festinhas de aniversário, o comportamento dos jovens e crianças nos shoppings, supermercados, lugares públicos em geral, tenho constatado que a boa educação faz parte de uma minoria e que as poucas crianças e jovens, bem educados, muitas vezes são vistos como «bobos». Afirmo isto porque, como mãe e educadora, tenho realizado, em minha prática diária, uma pesquisa que confirma assustadoramente, todas as idéias que compartilho com vocês hoje.
Vivemos na onda do hedonismo e do imediatismo. Estamos perdendo a prática de ações que até pouco tempo atrás, eram comum em nosso relacionamento com os filhos. Estamos perdendo a prática e não o discurso, queremos aplicar a relação com os filhos outra máxima: «faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço» e acabamos por esquecer de mais uma «a palavra convence mas o exemplo arrasta.»
Bom, vamos ver isto na prática. Quem não ensinou para os filhos as «palavras mágicas»: por favor, com licença, obrigada, bom dia, boa tarde, entre outras e também valores como respeito, honestidade, sinceridade? Todos com certeza responderam que sim, porém é esta a prática que vivenciamos? A maioria dos adultos não praticam, e, pior, fazem na frente das crianças. Ora, as crianças e jovens, inteligentes como são, logo percebem que se seus pais, tios, e outros adultos não praticam o que falam é porque não é importante.
A Boa Educação, não se restringe apenas a ensinar por palavras, mas sim pelas ações cotidianas como: respeitar as outras pessoas, incluindo as que trabalham em nossa residência, respeitar as regras de onde moramos, zelar pelas coisas da casa, do prédio, da cidade. Outros exemplos simples para os adultos que se acham educados: respeitar as filas nos bancos ou nos restaurantes, abrir passagem no trânsito para outro carro, principalmente na porta da escola no horário de deixar e buscar os filhos, ceder seu lugar no ônibus para uma pessoa idosa, não falar palavrões, cumprimentar as pessoas no elevador ou na padaria - mesmo não conhecendo - com bom dia... e também escutar e conversar com seus filhos. A educação de nossos filhos depende integralmente, da nossa participação e atuação como pais.
Nós temos muito a fazer pelos nossos filhos. Cuidar deles é saber a hora de dizer um sim ou um não (eles devem conhecer esses dois lados), estabelecer limites, saber com quem eles estão andando, conscientizá-los sobre as conseqüências das suas ações, evitando, a todo custo, mimá-los e aceitar passivamente as coisas erradas que eles fazem e mostrar o que o estudo pode trazer de bom para a vida, entre outras coisas mais. Não podemos simplesmente passar a mão em suas cabeças com receio de magoá-los; sabemos que a frustração é única vacina contra a loucura.
Como mãe de dois meninos tenho certeza que minha missão é orientá-los e discipliná-los, para que o futuro não seja amargo. É fazer sempre a parte que cabe à família em vez de esperar que a escola ou a rua os eduque.
Todas nós, queremos ter orgulho dos nossos filhos, desejamos um futuro tranqüilo onde eles possam repassar, aos nossos netos, os ensinamentos adquiridos. Para isto é só colocarmos em prática o que nossos avôs com certeza fizeram com nossos pais em sua infância: educá-los para o bem! Isto é responsabilidade da família e não dá pra delegar!


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 144
Ano 14, Abril 2005

Autoria:

Thereza Bordoni
Mestre. Pesquisadora Educacional. Directora da A&B Consultoria e Desenvolvimento, Brasil
Thereza Bordoni
Mestre. Pesquisadora Educacional. Directora da A&B Consultoria e Desenvolvimento, Brasil

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