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Da guerra de Bush aos nús de Klimt

Dois anos depois da invasão do Iraque pelos Estados Unidos (20 de Março de 2003) e 22 meses depois de George W. Bush ter decretado o fim da Guerra, ninguém acredita na Paz, nem os jornalistas que integraram o exército invasor e que sonharam dar notícia de uma guerra sem combates reais, sem mortos e, principalmente, sem vítimas civis. Tampouco acreditarão os familiares e os amigos dos mais de 1500 soldados norte-americanos que morreram no Iraque depois  de Bush ter declarado, solenemente, o fim da Guerra.
George W. Bush, sublinhe-se, é a mesma pessoa que nunca comutou uma pena de morte, quando era Governador do Texas, mas que promulgou uma lei para evitar que Terri Schiavo, uma mulher em coma irreversível há 15 anos, deixe de estar ligada à máquina e possa ser ajudada a cometer eutanásia.
Numa cidade do Minnesota (Norte dos EUA) um jovem estudante entrou na escola armado e matou seis pessoas  e feriu doze, antes de se suicidar.
Em França, em plena pré-campanha para o referendo à Constituição Europeia, as sondagens apontam para uma maioria de nãos. Em causa estará a consagração constitucional do neo-liberalismo e do militarismo. Melhor só mesmo os desenhos secretos e eróticos de nús femininos da autoria de Gustav Klimt, finalmente mostrados ao público numa exposição patente no Museu Maillol.
Vienense do início do século XX. Klimt é um pintor do tempo de Freud, de Schiele, de quem era amigo, de Wedekind (?O Despertar da Primavera?) , de Buchner (?Woyzeck?) e de outros intelectuais e artistas que enfrentavam um puritanismo excessivo e desadequado. Idêntico ao que agora reaparece em determinadas zonas da América e da Europa de vocação neoliberal e belicista.


  
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Edição:

N.º 144
Ano 14, Abril 2005

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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