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Da paz ao preço do petróleo

Poderá o futuro Estado da Palestina transformar-se num Estado religioso, numa República Islâmica, por analogia e oposição ao Estado de Israel? E a morte de Arafat? Poderá ser uma ponte para a paz ou mais um bloco de cimento no muro (real e simbólico) que isola os palestinianos?
Reeleito pela acção concertada da direita e da extrema-direita americanas (que se mobilizaram como nunca em eleições presidenciais), George W. Bush inicia o segundo mandato com a substituição de Colin Powell por Condoleezza Rice, ou seja, reforçando os sectores mais conservadores.
O número dois dos Estados Unidos da América deixa de ser o moderado Colin (que, ironicamente, foi o Chefe das Forças Armadas na primeira Guerra do Golfo) para ser Condoleezza, uma mulher de fama implacável como conselheira de segurança. Não se prevê que, por ser dirigida por uma mulher, a diplomacia norte-americana se torne mais humana.
As boas declarações de George W. Bush sobre o futuro do Médio Oriente e da Palestina não prometem. O presidente dos Estados Unidos chegou a prestar homenagens fúnebres a Arafat ainda em vida do pai da Palestina? Um desejo incontrolado que tenta humilhar todos os palestinianos, sem terra.
Numa outra latitude, outros Sem Terra, trabalhadores rurais do Brasil, foram alvo de ataques criminosos, aparentemente por gente a soldo dos antigos latifundiários, num ataque que causou, no passado dia 21 de Novembro, em Minas Gerais, cinco mortos e 20 feridos.
O ataque, com armas do fogo e desencadeado por 18 jagunços  foi condenado pelo ministro da Reforma Agrária do Brasil, Miguel Rossetto, que classificou o crime de brutal e premeditado. Não bastará, mas?
A única boa notícia deste final de ano veio da China e é a da subida das taxas de juro, inalteráveis há quase dez anos. O meio ponto percentual pode travar um ?excessivo? crescimento económico chines responsável pelo aumento da procura do petróleo.
Neste regime mundial de uma só superpotencia, a paz poderá depender, ainda muito, do petróleo. Já há quem fale no cenário de castástrofe que seria o preço do barril atingir os cem dólares.


  
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Edição:

N.º 140
Ano 13, Dezembro 2004

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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