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Japoneses preocupados com a quebra da taxa de natalidade

MODOS DE VIDA

O Japão parece condenado a assistir à lenta extinção da sua população, como prevêem as últimas estatísticas. A taxa de natalidade de 2003 no Japão foi de 1,29 filhos por mulher, a menor taxa de toda a história do país, que debate actualmente uma impopular lei de reforma.
Segundo os cálculos dos demógrafos, em 2050 a população japonesa terá caído de 127 para 100 milhões de habitantes. Em 2100 passará para 64 milhões e, em poucos séculos, caminhará para a extinção. As principais causas apontadas para esta situação são o "bankon" (casamento tardio), o aumento considerável do número de solteiros e a constante queda, desde 1990, do número de nascimentos.
A idade média do primeiro casamento passou de 27 anos em 1975 para 28,8 em 2000 entre os homens, e de 24,7 para 27 entre as mulheres. O índice de solteiros disparou: entre 1975 e 2000, a taxa de homens não casados com idades entre 25 e 29 anos subiu de 48,3% para 69,3%. Entre as mulheres na mesma faixa etária, a taxa passou de 20,9% para 54%.
Para Junko Sakai, escritora e autora do best-seller "Diminuição da natalidade" (2003), a queda brutal do número de nascimentos é o reflexo da individualização crescente da sociedade japonesa.
"As mulheres tornaram-se mais individualistas e os homens negam-se a sacrificar a sua liberdade em troca do casamento e da paternidade", afirma a autora, que sublinha "a angústia que toma actualmente conta dos japoneses".
Diante da catástrofe que se anuncia, o governo aprovou uma lei no ano passado chamada "ajuda ao desenvolvimento das novas gerações" com o objectivo de "incentivar as pessoas a ter filhos e favorecer a emancipação dos jovens". A nova legislação resultará na adopção, em Abril de 2005, de quase 30 medidas para estimular a solidariedade, a educação das crianças, insistir no papel crucial da família e permitir que as mulheres conciliem o trabalho com a vida familiar.


  
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Edição:

N.º 137
Ano 13, Agosto/Setembro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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