ECOLOGIA

O governo francês irá passar a cobrar a partir de Janeiro de 2005 um novo imposto denominado "bonus-malus" aos proprietários de veículos novos que emitem grande quantidade de dióxido de carbono e de outros gases nocivos com o objectivo de incentivar os cidadãos a comprar veículos menos poluentes.
A taxa será cobrada no momento da compra, segundo o ministro Serge Lepeltier, e o seu valor poderá chegar aos três mil euros, no caso do veículo ser uma pick-up com motor diesel V8, por exemplo. Em contrapartida, os franceses que comprarem um automóvel pouco poluente irão receber um desconto de 800 euros. Tudo, para incentivar a instalação de um filtro de partículas poluentes nos carros, um acessório caro não acessível à bolsa de todos.
O imposto será menor ou maior em função do volume das emissões de partículas finas e de dióxido de carbono, considerado o principal responsável pelo aquecimento da Terra e pelo "efeito de estufa".
Esta iniciativa insere-se no ambicioso projecto "Plano Saúde-Meio Ambiente?, elaborado pelos ministérios do Ambiente, Saúde, Coesão social e Educação Nacional. A principal medida do "Plano Saúde-Meio Ambiente" concentra-se no combate à contaminação procedente do sector dos transportes, cujas emissões em França aumentaram 17% entre 1990 e 2000, ao contrário da indústria que diminuíram 19% no mesmo período.
Até 2008, a França, atrasada em matéria de meio ambiente, quer alcançar o nível dos seus vizinhos europeus. Nos últimos 20 anos, os casos de cancro em que a idade e o tabaco não foram determinantes aumentaram 35% no país. No total, morrem mais de 30 mil pessoas anualmente em França por problemas relacionados com a contaminação do ar.