Ao mandar retirar as tropas que Madrid mantinha no Iraque mais depressa do que se esperava, José Luis Zapatero, o novo chefe do Governo de Espanha, está, como ele próprio referiu, a cumprir a mais difícil das promessas eleitorais (assumida antes do atentado de 11 de Março) e a retirar-se da ?foto dos Açores?.
Nesta, por ordem alfabética do primeiro nome posaram George Bush, José Manuel Durão Barroso, José Maria Aznar e Tony Blair como suseranos de Bagdade na cimeira da Terceira, a ilha açoriana que alberga uma base militar dos Estados Unidos da América.
A confusa e perigosa situação político-militar que se vive no Iraque levou já os Estados Unidos, principal país da coligação de forças que ocupam Bagdade, a admitir a inclusão de ministros de Saddam num futuro Governo provisório.
Recorde-se que em Maio de 2003, os ocupantes norte-americanos dissolveram as forças armadas e os serviços de segurança iraquianos, dispensando cerca de 400 000 pessoas, entre as quais antigos membros do Partido Baas a que pertence Saddam. Este corte, criticado por abrupto, poderá estar na origem de um possível adiamento da data de entrega do Poder aos iraquinaos - prevista para 30 de Junho.
Mais do que recordar, é preciso sublinhar que os principais quadros políticos de Saddam eram muçulmanos sunitas e que é precisamente nos bastiôes sunitas que a resistência às tropas norte-americanas mais se faz sentir.
Entretanto Israel prossegue a política de eliminaçâo sumária de palestinianos, agora com o aval dos Estados Unidos, viragem que inviabiliza qualquer processo de paz no Médio Oriente. Como Telavive não conseguirá matar todos os palestinianos (mesmo que elimine Arafat como alguns falcôes ameaçam), Israel dificilmente viverá em paz
Ao que tudo indica, Israel terá mais armas de destruiçâo massiva do que Bagdade...