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Um rival do Viagra mais barato e sem receita ganha o mercado russo

SEXUALIDADE

Com uma publicidade simples que evoca a potência do leão, rei da selva, um produto contra a impotência fabricado por um laboratório russo conseguiu convencer os consumidores e está a fazer uma séria concorrência ao Viagra. O "Impasa" (jogo de palavras entre "impotência" e "imponente") tem duas vantagens sobre o seu rival: o preço (oito euros a caixa, enquanto a do Viagra custa vinte euros) e o facto de ser vendido sem receita, embora esta exigência nem sempre seja respeitada na Rússia para aquele medicamento, explica Oleg Epchetain, director da empresa fabricante. Os resultados estão à vista: em doze meses foi vendido meio milhão de caixas de Impasa.
Na sede da empresa, Epchtain afirma que o Impasa faz parte de uma nova geração de medicamentos que utilizam anticorpos em doses homeopáticas para controlar o comportamento de certas moléculas. E a procura na Rússia de medicamentos contra a impotência é grande. O homem russo está agora exposto às incertezas da economia de mercado e à angústia do salário incerto com mulheres que fizeram sua revolução sexual nos anos 90, um quarto de século mais tarde em relação aos países ocidentais. Embora não se disponha de estatísticas fiáveis sobre o problema da impotência no país, "a vida sexual na Rússia é difícil", assinala o sexólogo Igor Kon.
"Tal como no resto do mundo, na Rússia os problemas de erecção devem-se a transtornos de saúde, de idade e de comunicação com as mulheres, mas o homem russo é também vítima de alguns maus costumes: recorre raramente a um médico e nunca para evocar os seus problemas sexuais", explica Kon.
Igor Kon considera que nenhum medicamento conseguirá melhorar a vida sexual dos russos enquanto não houver no país uma educação sexual eficiente. Houve um projecto para dar educação sexual em meados dos anos 90, com financiamento da ONU, mas "uma aliança da Igreja Ortodoxa e os comunistas, duas forças nacionalistas e conservadoras", impediu o projecto de vingar. "No nosso país o poder está pela reprodução e contra o sexo, enquanto a população está pelo sexo e contra a reprodução. Nisto se situa o problema", conclui o especialista.


  
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Edição:

N.º 125
Ano 12, Julho 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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