De acordo com dados publicados pelo Eurostat, que é o serviço oficial de estatística da União Europeia, a produtividade média portuguesa corresponde a cerca de 66% da produtividade média da União Europeia. Comparemos este valor da produtividade com nível de salarial português relativamente aos salários dos trabalhadores dos países da União Europeia. O quadro I, que a seguir se apresenta, e que foi construído com dados publicados pela OCDE em 2002, que saíram no suplemento de Economia do jornal ?Público? de 3 de Março de 2003, permite fazer essa análise.
QUADRO I ? SALÁRIO MÉDIO EM PORTUGAL E NOS PAÍSES DA U.E.
PAÍS
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Salário Médio Anual
Em euros
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Percentagem que o salário médio português representa em relação ao salário médio de cada país da U.E. |
Dinamarca |
36.476 |
34,1% |
Alemanha |
34.975 |
35,5% |
Bélgica |
33.519 |
37,1% |
Luxemburgo |
33.014 |
37,6% |
Reino Unido |
29.861 |
41,6% |
Itália |
26.833 |
46,3% |
Suécia |
25.106 |
49,5% |
Irlanda |
25.079 |
49,5% |
França |
23.281 |
53,4% |
Espanha |
20.794 |
59,8% |
Portugal |
12.425 |
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A produtividade média portuguesa corresponde a cerca de 66% da produtividade média da União Europeia, no entanto o salário médio português corresponde a muito menos que 66% do salário médio dos 10 países que constam do quadro anterior. Efectivamente, e como mostram os dados da última coluna da direita do quadro I, o salário médio do trabalhador português corresponde, de acordo com os dados da OCDE, apenas a 34,1% do salário médio dinamarquês, a 35,5% do salário médio alemão, a 37,1% do belga, a 37,6% do luxemburguês, a 41,6% do inglês, a 46,3% do italiano, a 49,5% do sueco e do irlandês, a 53,4% do salário francês e 59,8% do salário médio espanhol. Em conclusão, contrariamente ao que afirma alguma imprensa portuguesa, os trabalhadores portugueses não são ?preguiçosos?. Tendo como base o salário que recebem, o que produzem os trabalhadores portugueses é proporcionalmente superior ao que produzem os trabalhadores dos outros países da União Europeia: São os próprios dados publicados quer pela OCDE quer pela União Europeia que provam isso.
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