"Inicitação ao genocídio, refugiados, territórios ocupados, armas biológicas, crianças soldado". Porque a guerra é o teatro das piores violações dos direitos do Homem, a obra "Crimes de guerra" propõe um abecedário conciso e pedagógico. "O direito é sempre relegado para segundo plano numa guerra", explica Françoise Bouchet-Saulnier, responsável jurídica dos Médicos sem Fronteiras, na introdução deste livro. Para os coordenadores do livro, os jornalistas Roy Gutman e David Rieff, o direito da guerra decaiu por completo no início dos anos 90 com as guerras da Croácia e da Bósnia. Estes dois conflitos, dizem, revelaram um "desrespeito total das regras estabelecidas antes da II Guerra Mundial" que tinham por objectivo traçar, mesmo no meio da guerra, uma "linha de demarcação entre a civilização e a barbárie". A Bósnia, o genocídio do Ruanda e a Tchetchénia, bem como outros conflitos, multiplicaram esse sinal de alarme. "As actuais guerras não se travam entre exércitos com oficiais movidos por questões de honra, mas entre combatentes, muitas vezes crianças, que não são soldados nos senso estrito do termo", dizem os autores. Um livro a ler.
("Crimes de guerre", Ed. Autrement, 445 páginas, 38 euros)
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