É mais fácil! Desde Moçambique cujo governo
nos vem dizer que tem 60% de seropositivos na sua população, até
Angola aonde 4 milhões de pessoas "vivem" em Luanda, ao Brasil, o nosso
maior filho, aonde a população raciona a electricidade que consome
porque sucessivos governos cometeram erros... O Brasil aonde recentemente afundou
uma enorme plataforma petrolífera, (a P36), o país com a maior
barragem do Mundo (Itaipu), pelos vistos, entre outros problemas, não
dispõe de capacidade de transporte da energia para os centros consumidores.
O governo propõe uma redução de 20% no consumo. Alguns
governadores estaduais, como o do Rio de Janeiro dizem que assim a produtividade
baixará e com ela terão de baixar os impostos, logo não
poderão pagar em tempo as dívidas do seu Estado ao Governo Federal.
(Garotinho disse isto no canal televisivo GNT). O mesmo se passa no mais industrial
dos Estados brasileiros: S. Paulo. Como impôr reduções no
consumo da fonte energética mais fácil de usar e querer manter
a produção? O governo de Moçambique também se especializa
em problemas eléctricos! Pretende marginalizar a Hidroeléctrica
de Cahora Bassa, que Portugal pagou e vai pagando, em troca de a receber como
doação. No ano passado entregou o fornecimento de energia à
Mozal (a maior indústria de alumínios do Continente) à
África do Sul, a quem Cahora Bassa vende energia a preços ridículos.
A continuação desta política de "cooperação"
tem inviabilizado a amortização, por Portugal, dos custos de construção
desse empreendimento, junto de credores que persistem em exigir o que emprestaram,
nos anos 70 do século XX, para a construção da 5ª maior
barragem do Mundo. Para além disto, o governo de Moçambique não
se cansa de pedir ajuda humanitária a Portugal. Não há,
nunca houve, País algum que tenha baseado a sua política externa
nos direitos humanos. Talvez por isso o Bispo Ximenes Belo, homem avisado, tenha
pensado na possibilidade de se realizar uma associação entre Timor-Leste
e Portugal. Talvez pense bem. Quais são as alternativas? Há quem
pense, por cá, que a Austrália está interessada em Timor.
Triste engano. A Austrália não está, nunca esteve interessada
em Timor.
Recusamos olhar a realidade de frente, executar uma Ética
Prática: desculpamos sempre os nossos amigos, não chegamos a conclusões
porque não queremos. É doloroso concluir. O aborto, a pena de
morte, as 300 mil crianças-soldados do planeta, os milhões de
seres humanos como nós com menos sorte no local de nascimento, são
a razão pela qual vivemos como vivemos. A Inglaterra utiliza crianças
(menores de 18 anos) nas linhas de combate de infantaria, escreveu recentemente
o "Público".
Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e muitos outros
vieram recentemente apoiar um importante político brasileiro de direita.
O homem sempre foi sincero nessa sua opção. E eles? "Quarta Feira
de cinzas no País e as notas dissonantes se integram ao som dos imbecis..."
?(1)
(1) Caetano Veloso, "Prenda Minha" faixa 11 (CD)
Carlos Alberto Mota
Maria Gabriel Cruz
UTAD, Vila Real
|